quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

E se... Privatizássemos os municípios?



Imagine uma prefeitura que lidasse rotineiramente com conceitos como eficiência, lucratividade e produtividade. Em vez de secretários apadrinhados pelos partidos políticos aliados, a prefeitura buscaria, entre seus profissionais de carreira, os mais habilitados para assumir a gerência de departamentos como saúde, transporte, educação, finanças e administração. Não encontrando um funcionário de carreira com a qualificação necessária para exercer uma determinada função, Consultores especialista ajudariam a buscar esse profissional no mercado, entre os concorrentes (outras prefeituras) ou entre os parceiros (empresas da cidade). O prefeito, ou o executivo-chefe, poderia ser um profissional da empresa contratada - mediante concorrência pública - para gerenciar os assuntos da cidade por um período nunca inferior a cinco anos.

Formada a equipe de gerentes, é hora de repensar o modelo de gestão. Um ponto fundamental é a saúde financeira. Hoje, a única fonte de receita municipal são os impostos pagos pelo cidadão. Ok, não dá para pensar em lucro numa prefeitura. Mas é possível, sim, trabalhar com uma meta de superávit nas contas municipais. Por que não traçar metas de redução de custos até obter uma folga nos ganhos, que seria revertida em redução de impostos? "A perspectiva de lucro é a grande motivadora de uma empresa, assim como o superávit pode ser o motivador de uma administração pública",

Para manter os funcionários sempre motivados na busca do superávit e no cumprimento de outras metas de desempenho, a prefeitura criaria um plano de carreira em que o mérito prevaleceria sobre o tempo de serviço. Além disso, daria prêmios aos funcionários que atingissem as metas individuais ou departamentais. Uma escola municipal que conseguisse reduzir as despesas ou a taxa de evasão escolar poderia, por exemplo, usar o dinheiro economizado na compra de um ônibus para o transporte de alunos. Para alcançar resultados assim, a prefeitura daria autonomia aos gerentes, que trabalhariam com metas, mas livres das amarras da burocracia. Alguns serviços poderiam ser terceirizados, se isso resultasse em melhor custo-benefício.

Para concluir a transformação, esse município imaginário poderia incentivar a criação de frentes de trabalho e associações com o objetivo de unir talentos e gerar empregos. Por exemplo, em vez de várias bordadeiras trabalharem isoladamente em casa, incentivaria a criação de uma cooperativa que imprimisse a marca do município nos bordados. Unidas numa cooperativa, as bordadeiras poderiam vender em maior quantidade, empregar mais gente, ganhar competitividade e divulgar o nome da cidade.

Claro, tudo não passa de uma fantasia. Afinal, como determina a Constituição Federal, os municípios fazem parte de um pacto federativo e não podem ser privatizados. Mas, como se viu pela simulação acima, os governantes podem aprender uma ou duas coisas com os executivos de empresas. Tanto que há especialistas que defendem um meio-termo entre a gestão empresarial e a gestão pública


Na maior parte das cidades brasileiras, no entanto, fiscalizar as ações da prefeitura e fazer chegar ao gabinete sua insatisfação é um exercício de paciência. Mas, sem cobrar ações transparentes, é impossível estar seguro de que a cidade está sendo bem administrada, seja quem estiver no comando. Por mais distante que pareça a prefeitura, é o dinheiro do contribuinte que está nos cofres públicos. E ninguém melhor do que ele para zelar se seu dinheiro está sendo bem aplicado.

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