Por Fabio
Sormani,
Esse fato
ocorreu em 2010.
Pois bem, no
ano de 2010, o Fluminense foi campeão brasileiro. Terminou a competição com 71
pontos e o Cruzeiro com 69.
No empate em
1-1 diante do Goiás, pela 35ª rodada do segundo turno, o time carioca escalou o
meia Tartá de maneira irregular no parecer do STJD. Isso porque o jogador, que
iniciou a competição pelo Atlético-PR, levou dois cartões amarelos, na segunda
rodada (empate em 2-2 contra o Guarani) e sétima (derrota 0-1 para o Vitória).
Já com a
camisa do Fluminense, para onde foi transferido, Tartá tomou cartão amarelo na
rodada 31, diante de seu ex-time, no empate em 2-2 na Arena da Baixada.
No jogo
seguinte, triunfo de 2-0 contra o Grêmio, no Engenhão, Tartá ficou de fora.
Mas nos dois
jogos seguintes, empate 0-0 contra o Inter, em Porto Alegre, e vitória 1-0
sobre o Vasco (gol de Tartá), o jogador recebeu cartões amarelos.
Ou seja: se
o STJD desconsiderou o cartão amarelo que Leandro Chaves recebeu com a camisa
do Ipatinga, deveria fazer o mesmo com os dois que Tartá levou com a camisa do
Atlético-PR.
Portanto,
segundo entendimento do STJD, na partida contra o Goiás Tartá não tinha
condições de jogo.
O caso foi
levantado depois de encerrada a competição, exatamente como acontece agora
neste episódio envolvendo Héverton, meia da Portuguesa. Mas o Fluminense nem
sequer foi a julgamento no STJD. Deveria, mas não foi; deveria ter sido
enquadrado no mesmo artigo 214 do CBJD, mas não foi.
Se fosse,
perderia quatro pontos. E se perdesse quatro pontos, acabaria o Brasileiro de
2010 com 67 e o Cruzeiro, que terminou com 69, seria o campeão nacional.
E sabem o
que Paulo Schmidt, o procurador geral do tribunal, disse à época em entrevista
ao SporTV quando questionado sobre a irregularidade de
Tartá? Disse Schmidt: “Rediscutir o título que foi conquistado no campo de
jogo, da forma que foi, abrir precedente não só para o Cruzeiro, mas vários
clubes discutir tudo isso…”
Então, STJD,
como é que fica agora? A situação é a mesma. A Portuguesa, usando as mesmas
palavras de Paulo Schmidt, conquistou o direito de permanecer na Série A no
campo de jogo, de forma heroica.
Se valeu
para o Fluminense, tem que valer para a Portuguesa também.
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