Todo mundo
sabe da existência dos chamados cabos eleitorais, que vão de líderes
comunitários a líderes religiosos, passando por outros espertalhões diversos.
Manifestamente, são vendedores de voto. Não é outra coisa.
Pois bem;
chegando o tempo de eleição, eles, os candidatos eleitorais entram a
articular-se com os ditos cabos eleitorais, com mil afagos e salamaleques, e é
preciso ser completamente, ou antes, muito burro para não saber que isto
envolve acerto de preço.
Gozado. Mas
essas articulações, melhor, negociações, não cheiram à justiça eleitoral como
compra de voto, ou para usar o termo técnico, uso e abuso de poder econômico.
Isso, não, senhor. Negócio lícito, pelas regras da lei. Pela parte que me toca,
fico sem entender. Porque, sabidamente, não se trata de reuniões partidárias
propriamente ditas, ou seja, o entendimento para alianças, estratégias.
Ora, se
essas reuniões com pessoas de poder de liderança política, mas sem
representação partidária, não é para discutir preço em troca de apoio
eleitoral, já não se pode saber o sentido das coisas. As evidências estão a
entrar pelos olhos, às claras. E é isto, sim – compra de voto, no duro,
desmoralizando a figura jurídica do uso do poder econômico. E conta mais adesões
quem tem maior poder de barganha.
Como posso
entender, seria isto razão para se caçar uma candidatura eleitoral, por não
tratar-se, vê-se, de reuniões de candidatos, a portas fechadas, com tais
líderes não será para outra coisa que não seja para a combinação de preço.
Cheiram mal.
Para
concluir, provavelmente começa aí a transgressão da lei eleitoral, e não vejo
como desfazer a veracidade dessa assertiva. Mas a lei eleitoral, como é o caso
do Brasil, como um todo e como tudo, terá seus contrastes e absurdos. Nada a
ajudar a entender. Em suma, a legislação eleitoral, como disse Graciliano Ramos
da Constituição do Brasil, tem um buraco...Visivelmente enorme.
Comentários
Postar um comentário