Há 16 anos
no poder, Marconi Perillo tornou-se uma espécie de Rei do cerrado tupiniquim.
Aqui o certo é aquilo que ele acha que é. A opinião pública, dependendo de como
se apresenta, é criminalizada e os críticos são levados às barras dos
tribunais. "O estado sou eu", reverbera o mandatário mor das
cercanias goyazes.
De olhar atento e integrando aquela parcela da
população que ainda não se curvou ao desmando que insiste avançar sobre a
sofrida democracia brasileira, em especial da goiana, a leitora do Jornal O
Popular, Cristina Pacheco, moradora do Setor Central, em Goiânia, publicou
carta na seção "cartas dos leitores" do aludido jornal, denunciando que
o governo de Goiás abrira licitação para adquirir, pasmem, presentes de
casamento. Isso mesmo: presentes de casamento. O preço da bondade com dinheiro
público: R$ 118 mil.
Entre os
mimos que o Governador pretendia ofertar aos seletos felizardos estão jogos de
baixela croise em prata e faqueiros também em prata. Talvez "surreal"
seja o adjetivo mais apropriado para qualificar o ato do governo de Goiás, mas
falta de vergonha e respeito também cairiam bem.
O órgão encarregado de produzir a teratológica
compra seria a Casa Civil, hoje comandada pelo advogado José Carlos Siqueira,
que já esteve na SEGPLAN e SEFAZ. Depois de 16 anos, o governo que ascendeu ao
poder sob o slogan de "Tempo Novo", não respeita mais o seu povo. A
moralidade pública é relegada a segundo plano e a vontade do
"imperador" se impõe, ao ponto de presente de casamento ser pago com
o dinheiro do contribuinte.
Na visão
caolha dos que governam Goiás, somos todos idiotas, verdadeiros imbecis e
incapazes de nos insurgirmos contra a avacalhação do dinheiro público.
Enquanto apadrinhados do senhor governador
estão a merecer baixelas que custam em média mais de R$ 3 mil, o povo que
trabalha e produz, que se submete, diariamente, à insegurança que assola o
estado e a outras intempéries causadas pela inação e incompetência do governo
que aí está, vê-se obrigado a bancar a "generosidade" do Rei. Acorda
Goiás! Depois da divulgação da carta, o Governo de Goiás divulgou nota dizendo
que cancelou a malfadada licitação.
Se não fosse
o olhar atento da cidadã Cristina Pacheco, certamente anfitriãs estariam
oferecendo um pomposo jantar aos integrantes da corte e os convivas manuseando
as mais caras pratarias, pagas com o dinheiro público.
Vejam a reprodução da
carta da leitora:
Texto: Opinando
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