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Governador de Goiás tenta censurar o Facebook.



Prevendo dificuldades numa eventual campanha para governador, Marconi Perillo começa sua estratégia defensiva, muito embora ferindo as garantias constitucionais que tratam da liberdade de opinião e expressão.

O homem que foi eleito democraticamente governador do estado em três ocasiões, impetrou ação judicial em face da maior Rede Social do mundo, o Facebook. O malfadado expediente usado por Marconi Perillo contra o Facebook foi à denominada "Ação Cautelar Inominada", cuja natureza seria assegurar um pseudo direito que ainda não foi julgado.

 Nesse tipo de ação, em tese, o requerente pede ao juiz que medidas provisórias, as quais entende necessárias para resguardar eventuais direitos, sejam tomadas antes do julgamento da lide. Outras vezes, tal expediente jurídico é usado para se prevenir de fatos que ainda nem aconteceram.

É como se Perillo estivesse prevendo que o Facebook pode ser usado para o compartilhamento de notícias desfavoráveis a ele e estivesse agindo para impedir que isso aconteça.

 É de conhecimento público que o governador de Goiás enfrenta um desgastante processo de credibilidade junto aos cidadãos goianos por seu possível envolvimento com o esquema criminoso desbaratado pela Polícia Federal, em fevereiro de 2012, naquela que ficou conhecida como Operação Monte Carlo.

 Perillo é suspeito de favorecimento pela quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Desde então, visando preservar a sua imagem, o governador de Goiás tem judicializado a opinião daqueles que ousam criticá-lo.

 Diversos cidadãos e jornalistas foram processados pelo Governador do estado, numa tentativa de evitar críticas ao seu governo e à sua pessoa. Não bastassem as denúncias da Polícia Federal e a conclusão da CPMI criada no congresso para investigar a participação de políticos com Cachoeira, que levaram, inclusive, à cassação do então Senador por Goiás, Demóstenes Torres, Perillo enfrenta uma crise sem precedentes na segurança pública do estado.

 Goiás já é considerado o 4º estado mais violento do país e Goiânia, a capital, a 28ª cidade mais violenta do mundo. 8.250 pessoas foram assassinadas em Goiás de 2011 a maio de 2014. Tendo gasto mais de R$ 450 milhões em propaganda, nesses 3 anos e meio do seu terceiro mandato, Marconi tem merecido um parcimonioso tratamento da imprensa local.

Nas redes sociais, entretanto, a história é outra. Campo livre das ideias e das críticas, as redes sociais não têm poupado o Governador e, diariamente, nelas são publicadas ácidas críticas ao seu governo.

Conclui-se, portanto, que o interesse do senhor governador de Goiás não é outro senão impedir que críticas ao seu governo possam ser divulgadas e compartilhadas no Facebook. A intenção de Perillo não se coaduna com o estado democrático que o elegeu por três mandatos. Espera-se, contudo, que o judiciário goiano aja com estrita obediência a lei e a Constituição e mande ao arquivo qualquer tentativa de se censurar a opinião do povo goiano.



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