A palavra
"Mandala" tem ganhado repercussão nas redes sociais nas últimas
semanas em todo o Brasil.
Trata-se de
um sistema, por meio de grupos no WhatsApp, que promete um ganho de ao menos R$
800 mediante o investimento de R$ 100.
O dinheiro é
depositado diretamente na conta bancária pessoal e cada participante é
responsável por convidar novas pessoas.
Não existem
produtos sendo comercializados. O sistema é dividido em quatro grupos - fogo,
ar, terra e água.
Ao aderir, o
usuário investe os R$ 100 e precisa convidar mais duas pessoas para que também
invistam.
Depois de
completar a quantidade necessária de participantes, recebe de cada um o valor
também de R$ 100.
O problema é
que, segundo o promotor Marco Aurélio Ribeiro, da Promotoria de Defesa do Consumidor,
do Ministério Público do Acre (MP-AC), a organização da Mandala possui indícios
de pirâmide financeira, uma vez que os últimos participantes acabam custeando
os lucros de quem aderiu antes.
"Tem
características de uma pirâmide financeira. Basta uma pessoa com a mínima noção
sobre o sistema para ver que é impossível você dar R$ 100 e receber R$ 700 a
mais no mínimo.
Alguém está
pagando esse dinheiro por você.
Quem vai
entrando depois vai sustentando a rede de recurso", acrescenta.
Ribeiro explica
que, mesmo sem ter uma empresa direta que gerencia a Mandala, o sistema pode
ser alvo de investigação e criminalização.
Devido à
grande repercussão na internet, o MP-AC tem averiguado o caso, mesmo sem ainda
ter recebido denúncias diretas.
"O marco
civil da internet não traz normas claras sobre isso, mas temos o direito civil
para nos amparar em certas questões eventuais de danos e temos também a parte
criminal, já que todo sistema piramidal é um crime contra a economia
popular", ressalta.
Pirâmide financeira
O economista
Rubicleis Gomes, professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), explica que
uma pirâmide financeira torna-se rentável apenas às pessoas que entraram no
início.
"Cada
indivíduo vai contribuindo para quem está acima, de forma que, se alguém não
fizer o depósito, o sistema se quebra. O problema é que muita gente vai
depositar e não vai ganhar", diz.
Gomes
salienta que esse tipo de negócio, que não é novo no país, normalmente tem vida
curta. "Não é novo, só muda de figura e todos têm o mesmo princípio.
Dependendo do sistema, em meses acaba caindo.
Tanto quem
ganha e quem perde comete crime contra a economia popular", finaliza.
Fonte: G1
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