O programa
Conversa com Bial, da TV Globo, entrevistou quatro mulheres no programa que foi
ao ar na noite da última sexta-feira (7/12) que afirmaram terem sido abusadas
sexualmente pelo mundialmente famoso médium goiano João de Deus.
Os abusos
teria ocorrido entre 2013 e 2017, no local onde o médium realiza suas famosas
‘cirurgias espirituais’, a Casa Dom Inácio de Loyola, na cidade de Abadiânia,
interior de Goiás. O programa, que foi ao ar na noite de sexta-feira, diz ter
colhido depoimentos de dez mulheres com relatos semelhantes.
As mulheres
contaram ao jornalista e apresentador Pedro Bial que os abusos cometidos por
João de Deus aconteciam numa linha padrão. O médium, segundo elas, atendia as
mulheres em público e depois pedia que elas o encontrassem, sozinhas, em seu
escritório, para que ele incorporasse uma entidade e terminasse o procedimento.
Os abusos
sexuais ocorriam, de acordo com os relatos, dentro da sala dele. Algumas dizem
ter sido levadas a um banheiro dentro do cômodo. Elas afirmam que João de Deus
lhes pedia segredo sobre as supostas “práticas espirituais”.
Além do
programa entrevista com Bial exibido na última sexta-feira, uma reportagem do
jornal O Globo que investigou as denúncias e ouviu quatro mulheres das 12 que
afirmaram terem sido abusadas pelo médium João de Deus.
Uma holandesa teve coragem de mostrar
o rosto e afirmou ter sido penetrada pelo médium
Entre as
mulheres que foram ouvidas pela reportagem esta a holandesa, Zahira Leeneke
Maus, que recentemente usou o seu perfil no Facebook para relatar que foi
abusada sexualmente pelo médium.
No relato de
Zahira ela conta que conheceu João de Deus, através de um amigo que lhe falou
sobre o médium. A holandesa então procurou por ele mais de uma vez para buscar
pela espiritualidade e a cura de um trauma sexual.
A holandesa
relata que em uma oportunidade, em que esteve na cidade de Abadiânia com o
médium, ela foi convidada para uma consulta particular, e levada até um
banheiro na sala dele, momento em que João de Deus se posicionou atrás dela.
“Ele pegou a
minha mão e colocou por trás de mim na calça dele, fique me perguntando o que
está acontecendo aqui, por que tenho que tocar no seu pênis para ser curada? Em
seguida, ele começou a movimenta a minha mão no pênis dele, eu estava em
choque” conta Zahira.
A holandesa
afirma que durante o ato o médium disse que ela deveria sorrir, se sentir feliz
por estar ali naquele momento. “Ele estava se limpando e fechando as calças de
novo, me levou para outro escritório, me colocou em um sofá e abriu um armário
cheio de pedras preciosas e disse que eu poderia escolher qualquer uma, como se
fosse uma espécie de pagamento”, conta.
A coach
espiritual e autora Amy Biank, afirmou durante a entrevista que levava várias
pessoas para a Casa Dom Inácio de Loyola desde 2002, e disse que as pessoas que
trabalhavam com médium tinham conhecimento da prática. A escritora confessou
que em uma oportunidade ouviu o grito de uma mulher, enquanto João de Deus
tentava obrigar ela a fazer sexo oral nele e mandou a escritora ficar calada.
Depois das
denúncias irem ao ar na última sexta-feira (7/12) o médium por meio da
assessoria de imprensa respondeu em nota que trabalha há 44 anos atendendo
milhares de pessoas na cidade e nega todas as acusações feitas contra ele.
Confira a nota enviada ao programa
“Há 44 anos,
João de Deus atende milhares de pessoas em Abadiânia, praticando o bem por meio
de tratamentos espirituais. Apesar de não ter sido informado dos detalhes da
reportagem, ele rechaça veementemente qualquer prática imprópria em seus
atendimentos”.
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