Brasil político: barganha, corrupção e perda de direitos são marcas do atual governo. Será que valeu a mudança?
Por
Jefferson Victor,
O atual
quadro pelo qual passa o Brasil, teve o seu início após os resultados das urnas
nas eleições presidenciais de 2014, onde o candidato Aécio Neves foi derrotado.
No início de
2015, sem nenhuma justificativa convincente, entra em votação a PEC da bengala
aumentando a idade limite para aposentadoria compulsória dos Ministros do STF
de 70 para 75 anos.
Aprovada
pelo Congresso Nacional, a matéria foi vetada pela presidente, porém o veto foi
derrubado pelo legislativo, e com isso cinco ministros tiveram os cargos
garantidos até o fim do mandato presidencial em 2018,
A essa
altura a operação Lava Jato aterrorizava o meio político, as prisões de José
Dirceu, Genuíno e de alguns empresários, agitou a classe, e diante da
culpabilidade de sua maioria, iniciou-se os acordos de salvação coletiva.
O primeiro a
saltar do barco governista foi o PMDB, que numa reunião relâmpago que durou
apenas quinze minutos, o partido optou por abandonar o governo, entregou os
cargos e a mesma atitude foi seguida pela maioria dos partidos que se diziam situação.
Em ligações
telefônicas autorizadas pela justiça, o senador Romero Juca do PMDB, anunciava
que estava em jogo “uma operação conjunta com o STF e tudo”, com vias a
estancar a Lava Jato, isso deixou os brasileiros estarrecidos, estaria o Brasil
a caminho de um golpe?
Sob alegação
de que a presidente usou dinheiro de bancos estatais para fechar contas de
final de ano, denominado Pedaladas Fiscais, houve uma grande mobilização da
grande mídia, redes sociais e isso desencadeou uma série de manifestos o que
culminou com a cassação da presidente.
O atual
presidente assumiu o posto com uma maioria de seus Ministros sendo investigados
e até mesmo já réus em vários inquéritos, mas foram autorizados pelo Judiciário
a assumirem as pastas, e apesar dos pedidos da oposição, o STF não afastou
nenhum deles das funções exercidas, como fizeram com Lula quando indicado para
a Casa Civil no governo Dilma, aquele ato já evidenciava dois pesos e duas
medidas no judiciário.
O que se viu
daí pra frente foram acordos obscuros dos parlamentares com o intuito de unir
forças para que todos se sentissem blindados, e no desespero tentaram votar o
abuso de autoridade, como meio de intimidar o Judiciário, tentaram votar
projeto em que o caixa dois, designados propinas, fossem anistiados, e só
seriam crimes a partir da promulgação da nova legislação.
Diante do
terror, eis que surge Gilmar Mendes, ele passa a ser um defensor dos políticos,
mostrou sua parcialidade em suas decisões, e frequentemente é flagrado em
reuniões com acusados, em especial Temer e seus Ministros.
O procurador
Rodrigo Janor fez dezenas de denúncias contra políticos e empresários,
inclusive duas vezes contra o Temer, mas apesar das gravações do Joesley da
JBS, sobre a qual a Polícia Federal montou flagrante em que o Rocha Loures,
indicado do presidente saiu com a mala abarrotada de dinheiro, coube ao Congresso Nacional julgar o delito,
e vergonhosamente seus aliados desprezaram as provas, sob o pretexto que não
eram contundentes e nem conclusivas.
O Supremo
Tribunal Federal tem tomado medidas inexplicáveis, dividir decisões jurídicas
com o parlamento é um sinal claro de enfraquecimento, isto cria uma certa
insegurança jurídica e perda de credibilidade.
As medidas
cautelares que haviam sido julgadas no caso Cunha, e na qual haviam confirmado
a soberania do órgão, estranhamente no caso da denúncia contra Aécio Neves,
desprezaram a jurisprudência e mudaram o voto, atribuíram ao Legislativo, a
palavra final nos casos que envolvem políticos, e com isso, os parlamentares serão
juízes de suas próprias causas.
Cunha não é
ouvido, o juiz Moro absolveu Claudia Cruz, mulher do ex deputado, mesmo ela
tendo gasto mais de 1,3 milhão de reais em cartão de crédito de dinheiro de
propina, alegou que ela não sabia da origem do dinheiro, mas mesmo assim
confiscou 640 mil reais sob alegação que era dinheiro sujo.
Difícil
entender como muita gente está alheia à corrupção desse governo, os escândalos
da política e da justiça, a perda de direitos trabalhistas, aumento de gasolina
e gás semanalmente, cobrança de bagagens nas aéreas encarecendo as passagens e
tirando a chance dos mais humildes usufruírem desse meio de transporte.
O atual
governo também propõe repassar as Teles, um patrimônio de 120 bilhões, e
anistia de mais de 20 bilhões em multas, enquanto isso, milhares de pequenos
empresários estão fechando suas portas em função de bloqueio fiscal em função
de impostos atrasados.
Aposentadoria
com 49 anos de contribuição, congelamento de recursos na saúde e educação por
20 anos, diminuição significativa de financiamento do FIES, inclusive com
pagamento do benefício de imediato após a formatura, privatização do pré-sal,
aeroportos, usinas, mais de 13,5 milhões de desempregados, repatriação de
contas em paraísos fiscais não
declarados à Receita Federal, e não foi
preciso provar a origem do dinheiro, com o pagamento de multas e impostos, cerca de
169,9 bilhões de reais foram regularizados.
A construção
civil desempregou mais de 1 milhão de trabalhadores, e com isso até mesmo
empresas consolidadas com mais 50 anos estão fechando as portas, e pra
completar o Ministério do Trabalho publicou portaria revogando a Lei Aurea,
numa alusão as reivindicações da bancada ruralista que possui mais de duzentos
votos e que podem salvar o mandato do presidente na segunda denúncia.
Segundo
matéria publicada nesta terça (24) pela UOL, o custo da manutenção do
presidente no cargo já ultrapassou os R$ 12 bilhões, e o mais intrigante, a justiça
está cega, surda e muda.
Essa é a
realidade do país, porém os últimos acontecimentos estão passando despercebidos
por uma parcela significativa da população brasileira influenciados pela grande
mídia que é mantida com verbas de publicidade e que, ao invés de informar a
verdade, manipula e omite os fatos como parte de um acordo comercial, e
infelizmente embaça a visão de muita gente numa espécie de lavagem cerebral.
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