quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Programa Ser Natureza é levado ao Nordeste goiano para recuperação de mananciais de abastecimento em Divinópolis de Goiás e São Domingos




Recuperar os Rios Galheiros e São Domingos, mananciais de abastecimento de água dos municípios de Divinópolis de Goiás e São Domingos, no Nordeste goiano.

Com este objetivo, foi realizada na última semana, em Divinópolis, a reunião de apresentação da proposta de atuação, na região, do programa Ser Natureza, do Ministério Público de Goiás, que busca a sensibilização e mobilização da sociedade e dos poderes públicos para a realização de ações de proteção ambiental.

Coordenada pelo promotor Douglas Chegury, que buscou o apoio do Ser Natureza para os projetos de recuperação das nascentes nos dois municípios, o encontro possibilitou a explicação detalhada à comunidade da metodologia de trabalho do programa e a forma como ele pode contribuir para o resgate ambiental dos dois mananciais, tendo resultado ainda na formação do grupo de trabalho.

Ao saudar os participantes da reunião, o promotor enfatizou a importância da participação de todos no projeto, com apresentação de sugestões, de ideias e com o engajamento nas ações de recuperação. “Queremos o envolvimento de todos. Adotando medidas simples, a diferença acontece”, sublinhou.

Douglas Chegury também fez questão de ressaltar a presença da juíza Thaís Lopes Lanza Monteiro no encontro. Segundo ponderou, a presença do Judiciário nessa articulação “é um ganho para o projeto”. “É o Judiciário se fazendo presente, não só julgando, mas vendo onde as pessoas realmente precisam da sua presença”, avaliou o promotor.

“Diante da importância da proposta, o Judiciário não poderia ficar de fora”, sublinhou a juíza. Segundo magistrada, embora o dever da imparcialidade recomende o afastamento do juiz das partes, isso vale para os processos judiciais, o que não impede que, no trabalho extrajudicial, haja essa aproximação.

Com as explicações conduzidas pela assessora jurídica do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do MP (Caoma), Gabriela Parrode, que presta assessoramento técnico ao Ser Natureza, a reunião contou ainda com a presença do prefeito de Divinópolis, Alex Santa Cruz; do presidente da Câmara de Vereadores daquele município, Jair Lima, e do vereador Mariano de Torres; dos representantes da Emater e da Saneago locais; de fiscais do meio ambiente; da coordenadora de Agroecologia da UEG, professora Francielle, e de mais de 20 proprietários rurais.

Ao detalhar a metodologia do Ser Natureza, a assessora do Caoma explicou que o projeto prioriza a resolução extrajudicial das demandas ambientais, buscando articular alternativas que envolvam a comunidade nas ações de preservação. Explicou ainda que a educação ambiental é uma das ferramentas utilizadas para a sensibilização.

Gabriela Parrode também pontuou a importância da aproximação do promotor com a sociedade e as demais instituições, em uma atuação que possibilita resultados mais efetivos para as ações em defesa do meio ambiente. A assessora respondeu aos questionamentos feitos pelos participantes da reunião, incluindo os proprietários rurais, e formalizou a adesão das entidades que serão parceiras do projeto na região, na formação do grupo de trabalho: Saneago, Emater, prefeitura, Câmara Municipal, UEG e a sociedade civil.

Emergencial

O prefeito de Divinópolis, ao se manifestar, mostrou preocupação com a questão do abastecimento de água no município. Segundo ele, a atuação do Ser Natureza na região é uma questão emergencial. “A cada dia que passa, o problema se agrava. Nem poço artesiano tem conseguido nos atender”, alertou. Reiterando a necessidade de agir com urgência para a recuperação das nascentes, Alex Santa Cruz colocou a prefeitura à disposição da iniciativa do MP, incluindo o viveiro.

A mesma disposição de colaborar foi mostrada pelo presidente da Câmara, Jair Lima, bem como pelo vereador Mariano, que também chamou a atenção para a escassez de água. “Municípios vizinhos, bem próximos, já estão fazendo racionamento. Essa não é uma realidade que queremos para o nosso município. Vamos agir juntos pela mudança”, conclamou.

Na reunião, o técnico local da Emater, Milton, informou que o órgão fará o diagnóstico técnico de toda a bacia até o final de janeiro, elencando todas as atividades irregulares apontadas pelo técnico local da Saneago, Leonel Torres, entre as quais o grande uso de agrotóxicos, assoreamento, erosões, queda de barrancos, nascentes expostas ao pisoteio e grande número de queimadas.

Odair e Albani, representantes da Saneago, reforçaram os discursos em favor da mobilização, afirmando que a natureza da região é um “diamante perdido” que os cidadãos locais têm por obrigação manter. Segundo afirmaram, 90% da área é composta de veredas. Também se manifestaram no encontro, com informações técnicas e sugestões de ações, a fiscal do meio ambiente de São Domingos, Júlia, e a professora Francielle.




Fonte e texto: MPGO

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