Delegado que começou a carreira em Posse-GO e atuou como Delegado Geral da Polícia Civil de Goiás é suspeito de falsificar ocorrências de furtos e roubos de cargas para ficar com dinheiro de seguros
O
ex-delegado geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes de Almeida, foi
alvo de busca e apreensão em sua residência durante operação ordenada pela
Justiça contra outros seis agentes da corporação.
Segundo apurado
com policiais, sob sigilo, o delegado e os subordinados a ele teriam recebido
ao menos R$10 mil por ocorrências de roubos de carga. Com isso, seguradoras de
veículos foram vítimas dos golpes.
Nos grupos
de policiais, a informação da suspeita em cima do nome do policial, com 17 anos
de carreira, surpreendeu vários agentes de segurança. No mandado de expedido
pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) é destacado que o experiente
delegado, sobretudo quanto à prisão de líderes de facções ligadas ao tráfico de
drogas, foi apontado por dois investigados que Fernandes era o “único” delegado
da região de Anápolis que registrava roubo de cargas sem a presença do “motorista”.
Ainda segundo o documento, o delegado receberia 10 mil por cada registro.
A filha de
um agente, que seria subordinado ao delegado, seria uma pessoa que recebia os
valores. Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF)
teria, segundo a decisão, encontrado indícios de que o delegado comprou, em
dinheiro vivo, um carro no valor de R $86.500,00.
O delegado,
que começou a carreira na cidade de Posse, no nordeste goiano, foi nomeado à
época em que Zé Eliton (PSDB) era governador de Goiás e o secretário de
Segurança Pública era Irapuan Costa Júnior.
Na ocasião
da posse, André Fernandes destacou a carreira, sobretudo a fama que conquistou
por dar celeridade às investigações contra traficantes. Fernandes já esteve à
frente da 2ª DRP de Aparecida de Goiânia – responsável por 14 municípios –
onde, diziam dados no período, houve queda na criminalidade, principalmente na
quantidade dos homicídios.
Além de
solucionar diversos homicídios e latrocínios, André ficou conhecido,
nacionalmente, na condução do trabalho da Polícia Civil para identificar os
crimes cometidos por João de Deus. Ficou a cargo do delegado, por exemplo, a
rendição do médium. A reportagem procurou a Secretaria de Segurança Pública de
Goiás, mas a assessoria de imprensa disse que toda informação deverá ser
repassada pela Polícia Civil. A corporação, por sua vez, até o fechamento desta
edição não se pronunciou.
Fonte e texto: jornal O Hoje
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