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Reage São Domingos.



Entre 1986 e 1987 os moradores de São Domingos em uma atitude de reação à morosidade dos administradores da época resolveram “arregaçar as mangas” em prol da comunidade.

Fundaram-se a ASDEC (Associação Dominicana para o Desenvolvimento Comunitário). Em reuniões permanentes da Associação, deliberaram como atividades urgentes a limpeza da Praça Matriz. Outros encaminhamentos foram confirmados: a compra de um trator para auxiliar os produtores rurais, a reforma da Igreja Matriz, a construção de um clube social.

O sentimento “comunitário” tomou conta de todos, a autoestima estava estampado no rosto de cada morador. No dia marcado para o mutirão da limpeza pública foi uma aula de cidadania participativa, todos vieram com suas ferramentas embelezar a sua cidade, que orgulho cada um retirava o lixo que ali estavam acumulados há anos.

Não havia na Prefeitura qualquer direcionamento da limpeza pública, o mato no período de chuva crescia sem que houvesse o trabalho de podar. Nas brincadeiras de crianças, era possível esconder no mato e fazer armadilhas para o tropeço dos colegas.

 Ninguém questionou porque o prefeito não fez. Eu estou ajudando minha cidade - podíamos ouvir essa frase mesmo não sendo pronunciada. A alegria, a disponibilidade despojada de qualquer ressentimento político era visível no rosto de cada morador.

O clube foi construído com a mesma participação comunitária e com os recursos do empréstimo bancário. São Domingos fazia história de convivência comunitária, não deu a mínima para os conchavos políticos e administradores arrogantes sem a menor criatividade para o trato público. Ousamos –aqui eu mudo o verbo porque eu também estava lá- ignorar a administração e provar pra nós mesmos que era possível modificar o rumo desvirtuado.

Mas o que houve com as gerações subsequentes? Avançamos em todas as áreas e não avançamos nesse tema fundamental de uma vida em sociedade. Não construímos formas de somarmos para depois dividirmos os ganhos.

Sabemos que a sociedade está cada vez mais individualista, mas é preciso reagir à essa cultura de que os direitos são maiores que os deveres. Deixo aqui um desafio aos amigos do #meupartidoesãodomingos.

A hora é agora, vamos juntos ignorar o ente público. Vamos “arregaçar as mangas” em prol de São Domingos. Não podemos mais esperar. Vamos concretizar as ideias, vamos dispor de ações e criar símbolos que devolva a autoestima dos Dominicanos, que não nos curvemos diante das incertezas, nos apeguemos à nossa história de quase 200 anos, à nossa cultura de grandes homens e mulheres da nossa terra.

De concreto eu imagino os movimentos e associações atuais aproveitando da estrutura física e mais do que isso, da simbologia da participação comunitária desenvolvida pela ASDEC, para articular ações de transformações estruturantes. Quase 30 anos após o seu advento, a ASDEC ainda pode servir a cidade.

Vamos assumir as áreas “esquecidas” pela administração pública e concertar os rumos. Por exemplo, o campo de futebol, vamos colocar em condições de uso para realização de Campeonato e prática esportiva das crianças. Na Praça Matriz, é possível fazermos melhorias no terreno para adaptar num grande palco de teatro para os grandes encontros culturais.

Podemos ainda articular uma concessão de Rádio Comunitária. São alguns exemplos e que certamente há outras áreas igualmente necessitando da nossa efetiva participação. Vamos sair das “redes”( da preguiça, do conforto, do egoísmo, das virtuais e sociais), vamos pra rua, a moda agora é essa.

Com isso, acredito que os movimentos atuais sairiam do campo teórico e seriam mais empíricos. Vamos conjugar o verbo “nós”. Nós podemos, nós fazemos. Esqueça o verbo “eles não fazem”. Saem “eles” entramos “nós”. Vamos lá. #REAGESAODOMINGOS.

Reflexão: Para Kant, a preguiça e a covardia faz com que o homem se mantém na posição alienante e não usa o seu conhecimento para questionar e servir-se de si mesmo.

(Por Dalvan G. Silva)

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