Durante
tensa disputa por partilha de bens, um homem teria decapitado uma cadela da
raça Burriler (como a da foto em destaque) e quatro filhotes, na cidade de
Formosa (GO), Região Metropolitana do Entorno do Distrito Federal.
O crime
ocorreu na madrugada de 30 de março de 2021, mas as imagens chocantes só vieram
à tona agora. Após matar os animais, o agressor deixou as cabeças na porta da
residência da madrasta.
O suspeito,
segundo a Polícia Civil de Goiás (PCGO), estaria disputando com a madrasta a
herança patrimonial do pai. Um dos itens do embate seria uma fazenda da região.
A cachorra, chamada Kica, vivia no local com os filhotes.
“Ela tinha
uma cachorra lá na fazenda. Eu degolei a cachorra ontem e os filhotinhos, e
joguei as cabeças na porta da casa. Só para ela saber o que vai acontecer”,
disse uma pessoa na gravação. A residência da madrasta do suspeito fica no
Setor Primavera. O assassinato dos pets mobilizou defensores dos direitos dos
animais em Goiás e no DF.
Segundo o delegado
regional da 11ª DRP de Formosa, José Antônio Sena, o caso é acompanhado pela 1ª
DP, chefiada pelo delegado Paulo Henrique. Na avaliação dos investigadores, o
episódio é gravíssimo e marcado por muita crueldade.
Motivação
De acordo
com a apuração da polícia, o crime bárbaro teria sido motivado por disputa de
herança. O inquérito será concluído em breve. A princípio, o responsável pelas
mortes deverá ser indiciado por maus-tratos. A pena inicial é dois a cinco anos
de prisão, mas, em razão da continuidade delitiva, a sentença poderá ser
agravada em caso de condenação. “Estamos convictos da autoria delitiva do
responsável pelo crime, razão pela qual vai ser realizado o indiciamento”,
antecipou o delegado José Antônio Sena.
“Também
vamos propor o indiciamento do suspeito por crime contra a honra. Ele ofendeu a
pessoa que queria intimidar. Nesse caso, seria calúnia. E também pela suspeita
de que ele tenha retirado alguns pertences da residência da vítima,
configurando furto”, completou o delegado.
Em
depoimento, a madrasta contou que, em 30 de março, por volta das 4h20 da manhã,
deparou-se com as cabeças dos animais. A mulher ficou chocada com a cena.
Defensores
mobilizados
O caso
mobilizou o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal. “Buscaremos justiça e
punição também na esfera cível e administrativa para essa covardia e crueldade
sem precedentes. Na esfera criminal, esperamos uma condenação com a pena máxima
e o agravante das mortes”, pontuou a advogada Ana Paula Vasconcelos.
A
organização não governamental Amigo Cão Associação de Amparo e Resgate a
Animais Abandonados compartilha do mesmo sentimento. Em atividade desde 2012, o
grupo acolheu, tratou, castrou e encaminhou para adoção responsável mais de 3
mil animais, entre cães e gatos.
Segundo a
fundadora e coordenadora da Amigo Cão, Amanda Lima, o grupo irá acompanhar de
perto as investigações. “Para que este crime bárbaro não fique impune e que a
lei seja aplicada e os direitos dos animais resguardados”, afirmou a defensora
da causa animal.
Outro
lado
A reportagem
entrevistou o homem apontado pela madrasta como autor do crime bárbaro
contra os animais, mas ele negou qualquer envolvimento no caso. “A gente sabe
qual é o interesse em divulgar essa falácia em modo espiral e pejorativo à
minha imagem”, disse.
Para ele,
tudo não passou de uma “forma triste” de as pessoas não aceitarem derrota nos
tribunais. O suspeito ressaltou que o áudio não “prova nada”. “Absolutamente
não é a minha voz”, comentou. Ele também negou que haja uma disputa familiar
pela herança do pai e que tenha furtado objetos da casa da madrasta.
Fonte: Metrópoles
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