A Polícia
Federal enviou para o Superior Tribunal da Justiça (STJ) um pedido de prisão
contra o padre Robson de Oliveira. O religioso era investigado por suspeita de
desvio de dinheiro da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), em Trindade, na
Região Metropolitana da capital, mas toda apuração foi suspensa por decisão
judicial. O padre sempre negou irregularidades no comando da entidade.
A defesa do
padre disse que os fatos usados para fazer o pedido são antigos e que não
existe justificativa para a prisão. Além disso, foi feita uma representação
contra a solicitação da Polícia Federal.
O STJ disse,
em nota, que "não divulga informações sobre ações originárias em segredo
de justiça, as quais estão sob o comando dos respectivos relatores, sob pena de
prejuízo ao andamento das investigações".
A
investigação contra o padre Robson de Oliveira começou quando ele ainda era
reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno. Ele teria criado associações
para desviar mais de R$ 100 milhões em doações de fiéis para comprar fazendas,
casa na praia e até um avião, segundo o Ministério Público.
Durante o
trabalho do Ministério Público, foram encontrados áudios que mostram uma
conversa entre o padre Robson de Oliveira e dois advogados sobre o suposto
pagamento de propina no valor de R$ 1,5 milhão a desembargadores do Tribunal de
Justiça de Goiás para receber uma decisão favorável em um processo envolvendo
uma fazenda comprada pela Afipe.
Após a
divulgação desses áudios, toda investigação foi encaminhada para o Superior
Tribunal de Justiça.
Em outubro
de 2020, o Tribunal de Justiça determinou que as investigações fossem
interrompidas por entender que não estavam presentes os crimes apontados pelos
promotores. Após recursos, o caso foi para o STJ, que em maio deste ano,
manteve a investigação bloqueada. À época, o desembargador Olindo Menezes
considerou que as provas usadas pelo Ministério Público durante a operação
foram compartilhadas de maneira ilegal de outra apuração.
O MP
informou, na noite de quinta-feira (18), que recorreu da decisão e que aguarda
o julgamento do recurso pelo STJ.
Operação
Vendilhões
A Operação
Vendilhões surgiu após uma investigação que apurou uma série de extorsões
feitas por hackers contra o padre para que um suposto relacionamento amoroso
dele não fosse divulgado. Ao todo o padre pagou R$ 2,9 milhões com dinheiro da
Associação dos Filhos do Divino Pai Eterno (Afipe) em troca do arquivamento das
mídias.
Segundo a
decisão do STJ, os dados dessa investigação foram compartilhados, tendo sido
“ilegalmente utilizados pelo Ministério Público para iniciar a persecução”.
Fonte: G1
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