Moradores improvisam gaiola e se arriscam para atravessar córrego sem ponte em Niquelândia-GO; vídeo
A população
do Vão do Meloso construiu uma gaiola, parecida com um teleférico, para
atravessar o Córrego do Marreco, que separa o povoado da cidade de Niquelândia,
no norte de Goiás.
Os moradores
chegaram a comprar uma ponte em 2015, após juntarem R$ 23 mil, mas ela nunca
foi instalada pela prefeitura.
A Prefeitura
de Niquelândia informou, em nota, nesta terça-feira (16), que enviou técnicos
da Secretaria de Viação e Obras para fazer levantar o custo para a construção
de uma ponte no local.
"O
projeto foi feito. Estamos aguardando agora a parte orçamentária para a
execução desta obra. Ressaltando que se trata de uma obra de alto custo. Isso é
um compromisso do prefeito, e está em nosso plano de governo construir essa
ponte, ainda dentro deste mandato", diz a nota.
A gaiola foi
comprada no ano passado, novamente, pelos próprios moradores. Ela funciona
assim: uma pessoa fica soltando a corda enquanto a gaiola vai descendo com
moradores dentro. Além de pessoas, ela comporta mantimentos, ferramentas de
trabalho e até duas motos.
Boa parte do
que os moradores precisam para viver está na cidade, como comércios, hospitais
e escolas, só que para chegar lá depende do volume de água do rio. Quando está
baixo, os moradores atravessam de caminhonete, cavalo ou andando mesmo. Mas quando
chove, o nível sobe e é preciso usar a gaiola.
A dona de
casa Abadia Cosme e o marido, Rosalindo, moram no povoado há 40 anos. Ela conta
que, sempre que chega o período chuvoso, o casal estoca mantimentos por causa
da dificuldade de chegar até a cidade.
“A gente
passa cerca de 60 dias sem ir a Niquelândia porque de carro é difícil. O rio
enche e fica difícil de a gente passar. Por isso, compro uma grande quantia
para passar os dois meses ou mais”, disse Abadia Comes.
O
serralheiro Vilmar Souza cortou a mão nos últimos dias e, além de percorrer 80
km para chegar ao hospital, teve que atravessar o rio caminhando. “Dei uma
sorte grande porque o rio estava vazio", contou.
Fonte: G1
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