Mais um
assassinato assusta Campos Belos, nordeste de Goiás, e soma-se a, ao menos,
mais seis execuções acontecidas nos últimos seis meses na cidade.
É muito,
para uma cidade do interior e que beira os vinte mil habitantes.
Segundo a
Polícia Militar, o crime deste domingo (6) também ocorreu do "outro lado
do morro", no setor Bom Retiro.
Por volta de
meio-dia, dois homens desceram e estacionaram uma motocicleta em frente à
residência de Antônio Carlos Barbosa Leite, o "Toem Calango", de 34
anos, que estava sentado na porta de sua residência, localizada na rua 2,
próximo à Igreja São Sebastião.
Em rápido
bate-papo, um dos homens sacou um revólver e atirou três vezes contra a vítima.
Os algozes
subiram na motocicleta e fugiram em alta velocidade.
Toem
Calango, que faria aniversário daqui a uma semana, no dia 13, chegou a ser
socorrido, mas no caminho, não resistiu aos gravíssimos ferimentos e morreu
antes de chegar ao hospital.
Segundo
fontes de Campos Belos, o crime parece mais um acerto de contas em virtude do
tráfico e consumo de drogas.
Há dez dias,
Toem Calango sofreu um outro atentando contra a sua vida.
Ele foi
alvejado por tiros, mas conseguiu sair ileso. Neste domingo não teve a mesma
sorte.
O corpo dele
foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal de Campos Belos para autopsia e
posterior disposição à família.
A Polícia
Militar faz busca e diligências a fim de encontrar os criminosos.
É muito
importante registrar que Campos Belos está sem juiz, promotor e delegado
titulares há alguns meses.
O delegado
titular está de licença médica, segundo nos contou a própria polícia. Quem
responde é um delegado de São Domingos. Da mesma forma, a titularidade do
Ministério Público.
O juiz nem
se fala. Vez por outra o Tribunal de Justiça designa um magistrado para atender
às demandas jurídicas, que são muitas e diversas.
Por isso
faço uma perguntinha que não quer calar. Ou melhor, três.
Quantos dos
assassinatos ocorridos nos últimos meses foram desvendados?
Quantos vão
virar uma ação penal? E até quando a
comunidade vai ficar tão desassistida no quesito segurança pública?
O único
alento é o trabalho garboso da Polícia Militar.
Os militares
da corporação trabalham feito loucos, mas, muitas das vezes, veem criminosos
presos saírem pela porta da frente da delegacia. Trabalho em vão?
Se não
bastasse a corrupção no alto escalão da República, as instituições teimam em
não funcionar nas diversas cidades e nos vários rincões do país.
E o pior de
tudo é a passividade das autoridades locais, entre Câmara de Vereadores,
Executivo Local e sociedade civil organizada.
Acho que
esperam cair alguma coisa do céu. Só pode!
Fonte:
Dinomar Miranda
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