Com seis
dias sem receber uma nova remessa de vacinas contra a Covid-19, pelo menos 17
dos maiores municípios goianos já interromperam a aplicação da primeira dose
pela falta de estoques. Em Goiânia e Aparecida de Goiânia, dependendo da
procura da população, as doses podem acabar nesta quinta-feira (17). A
expectativa é de que uma nova remessa chegue nesta semana.
A presidente
do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems-GO),
Verônica Savatin, diz que a falta de vacina tem ocorrido na maioria dos
municípios. “Nas cidades menores, no máximo em dois dias todas as doses
recebidas são aplicadas”, esclarece.
Verônica
aponta que na quarta (16) o Ministério da Saúde enviou uma pauta para os
municípios sinalizando sobre o envio de mais doses ainda nesta semana. “Devemos
receber segunda dose da AstraZeneca e primeira dose da Coronavac e da vacina da
Pfizer. Entretanto, ainda não tem data certa nem qual será a quantidade”, diz.
Atualmente, a capital vacina pessoas com 52 anos ou mais.
Em Goiânia,
até o final da tarde desta quarta havia cerca de 3,4 mil doses em estoque. O
quantitativo é suficiente para a aplicação das primeiras doses ao longo do dia.
A diretora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS),
Grécia Pessoni, explica que pode sobrar doses da campanha. “Às vezes alguma
pessoa agendou e não foi, por exemplo. Nesses casos, as doses voltam para cá”,
diz.
Caso isso
aconteça, pode ser que o município tenha imunizantes suficientes para continuar
com a aplicação das primeiras doses na sexta (18). Entretanto, é imprescindível
que mais doses cheguem para que a campanha na cidade tenha continuidade.
Situação semelhante ocorre em Aparecida de Goiânia, que já vacina pessoas com
48 anos ou mais.
Em nota, a
Secretaria de Saúde de Aparecida informou que nesta quarta seguem funcionando
para vacinação contra a Covid-19 o drive-thru da Cidade Administrativa, que
atende por livre demanda e enquanto durar o estoque de doses, as Unidades
Básicas de Saúde (UBSs) e a Central de Imunização, sendo que essas somente por
agendamento. As vagas liberadas até sexta-feira (18) já estão preenchidas.
A pasta
informou ainda que “aguarda nova remessa de doses para retomar o drive do
Centro de Especialidades e também para liberar novas vagas para agendamento”.
Em Rio
Verde, que vacina pessoas com 50 anos ou mais, a aplicação da primeira dose
também foi paralisada e somente aquelas que perderam o atendimento nos
drive-thrus estão sendo recebidas no Núcleo de Vigilância Epidemiológica do
município.
Com
estoques
Entretanto,
apesar de muitas cidades já terem paralisado a aplicação da primeira dose por
conta da falta de doses, existem aquelas cidades que continuam aplicando, como,
por exemplo, Anápolis, O município segue imunizando pessoas com 50 anos ou
mais. As cidades de Ceres, Luziânia, Senador Canedo, Pirenópolis, Formosa e
Valparaíso de Goiás também continuam vacinando a população contra a Covid-19.
Em nota, a
prefeitura de Senador Canedo, que vacina pessoas com 52 anos ou mais, informou
que estima que ainda possui 2,4 mil doses para população geral e 3,6 mil para
grupos prioritários. Porém, destacou que “não é possível fazer uma previsão de
quanto tempo vai durar as doses disponíveis, pois depende da demanda. Mas até
hoje nunca ficamos sem doses e a imunização nunca parou.”
A presidente
do Cosems explica que alguns municípios ainda possuem doses e outros não, por
causa de dois motivos: quantidade de doses recebidas e estratégias de vacinação
de cada cidade. “Dependente da organização de cada um. A busca da população de
cada cidade pela vacina também interfere nisso, mas não é o ponto crucial”,
pontua.
É o caso de
Nerópolis. O município irá aplicar as doses que ainda tem estoque somente na
sexta. “Essas que serão usadas são as últimas. O ideal é recebermos mais nessa
semana para organizarmos a vacinaçao da semana que vem”, explica Geycianne
Oliveira, titular da Saúde do município.
COE
autoriza vacinação de grávidas sem comorbidades
As gestantes
sem comorbidades de Goiás poderão voltar a se vacinar contra a Covid-19 em depois
de decisão do Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública do
Estado. Em Goiânia, a retomada acontece a partir desta quinta-feira (17).
Em maio, a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou suspender o uso da
vacina da AstraZeneca em gestantes, depois que uma grávida morreu após ter sido
vacinada. O caso é investigado pelo Ministério da Saúde que, na época,
suspendeu o uso do imunizante em grávidas e repassou orientações para que todos
os Estados brasileiros imunizassem somente as gestantes portadoras de
comorbidades.
Somente
neste ano, a Covid-19 matou 38 gestantes em Goiás. Ao longo de todo o ano
passado foram 14 mortes. Em maio, a letalidade da doença no grupo ficou em 9,8%
contra 2,38% na população em geral. Outros Estados já haviam liberado a
vacinação de gestantes sem comorbidades. Em São Paulo, o grupo começou a ser
imunizado na semana passada com a Pfizer.
Capital
Até o
momento, Goiânia registrou 12 óbitos de grávidas em decorrência da Covid-19. A
diretora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS),
Grécia Pessoni, explica que a situação preocupou a pasta e a discussão foi
levada até o Estado. “Fizemos várias reuniões com especialistas. Tivemos a
presença de representantes da Organização Mundial da Saúde e da Sociedade
Goiana de Ginecologia e Obstetrícia (SGGO)”, pontua Grécia.
Depois
disso, a diretora de Vigilância Epidemiológica conta que a situação foi
discutida pelo COE e pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB). “Essa
situação nos preocupou muito. Com base em tudo isso, foi decidido que era
melhor retomar”, esclarece Grécia.
A vacinação
em Goiânia ocorrerá na Área-I da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC
Goiás), no Setor Leste Universitário, das 8 às 16 horas. Para esse público
serão administradas vacinas da Pfizer e a Coronavac. É necessário apresentar um
comprovante de gestação, além do comprovante de endereço de Goiânia. Não há
necessidade de agendamento.
Fonte: O Popular
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