Após registrar candidatura, Professor Nelson Soares descobre que não está filiado ao PPS e pode ficar de fora do pleito.
O professor
Nelson, militante histórico do PPS e ferrenho defensor da igualdade racial e da
educação, divulgou uma carta aberta na tarde desta terça-feira (5/8)
demonstrando sua insatisfação quanto a um imbróglio que pode retirá-lo do
pleito deste ano. O caso é que o professor, que almejava disputar o cargo de
deputado estadual nessas eleições, foi informado pelo Tribunal Regional
Eleitoral (TRE) em cima da hora de que estava em situação irregular no PPS e,
portanto, não poderia concorrer nessas eleições.
De acordo
com o professor Nelson, ele tem atuado ativamente nos últimos anos dentro do
partido. Membro dos diretórios municipal e estadual, além de suplente no
federal, ele participou de decisões importantes para a condução da legenda.
Isso sem saber que, às vistas da Justiça Eleitoral, ele não estava ligado ao
PPS desde 2009.
O professor
garante que questionou em diferentes ocasiões ao presidente municipal do
partido, Darlan Braz, se sua situação estava regular, recebendo sempre uma
resposta positiva. “Eu pretendia ser candidato a deputado estadual pelo partido
e fui aprovado [pelos integrantes do PPS]. Não houve questionamentos a esse
respeito”, disse.
Assim,
Nelson encaminhou toda a documentação necessária e o registro ao TRE,
acreditando que não haveria maiores problemas para a sua candidatura. No
entanto, a surpresa veio um mês depois, na última sexta-feira (1º/8), quando
chegou uma notificação afirmando que ele não poderia concorrer no pleito por
não estar oficialmente filiado ao partido.
Diante da
situação, Nelson foi tentar descobrir junto a Darlan qual seria a fonte do
problema, já que, em seu entendimento, as comissões municipais e estaduais são
as responsáveis por cuidar dos dados de seus filiados. Como resposta, ouviu do
dirigente que o problema poderia ter raízes na época em que ele ingressou no
partido, quando o ex-secretário de Cultura Gilvane Felipe presidia a sigla.
Talvez Nelson nunca tenha sido, efetivamente, filiado à sigla, argumentou
Darlan.
Para
averiguar a situação Nelson enviou um pedido ao TRE requisitando um histórico
de sua situação para descobrir onde começou o problema. Refutando o que
acreditava Darlan, a Corte informou que Nelson esteve, sim, filiado ao PPS
entre 2007 e 2009, quando seu nome parou de constar entre os filiados.
Foi naquele
ano que houve uma mudança na forma de registro de candidatos, forçando
presidentes de comissões a, novamente, cadastrarem seus filiados. De acordo com
Nelson, uma possível omissão quanto ao seu nome pode ter ocasionado sua
“expulsão” do partido. Ele cogita também que o problema pode ter surgido devido
a mudança de seu colégio eleitoral. Há alguns anos, ele transferiu seu título
do município de Campos Belos para Goiânia. “Não sei se foi um problema
burocrático”, diz.
Diante do
imbróglio, ele encaminhou a dirigentes municipais, estaduais federais e a todos
os filiados e simpatizantes do PPS uma carta aberta pedindo que o caso seja
apurado. “Reitero minha confiança de que o Diretório Estadual de Goiás não
deixará minha luta por democracia e desenvolvimento humano, por oportunidades
iguais de educação e igualdade racial, ser morta por uma omissão ou ato
inconsequente; mas que será esclarecido totalmente a razão de meu nome não ter
sido enviado a Justiça Eleitoral no ano passado e que todas as medidas
necessárias e legais serão tomadas para que acontecimentos deste tipo não prejudique
a construção do partido humanista que tanto sonhamos”, afirmou na nota.
Questionado
se acreditava que a situação tenha sido ocasionada por má fé de algum
dirigente, Nelson declara que “seria irresponsabilidade” fazer tal afirmação.
Ele diz ter plena confiança de que o
dirigente estadual do partido, Marcos Abrão, vai tomar todas as providências
necessárias para resolver a questiúncula.
Ainda assim,
ele demonstra não ter perdido as esperanças e recorreu ao TRE para que a
situação seja revista, mesmo admitindo não haver grandes chances de garantir
sua candidatura. “Não existe jurisprudência para essa situação. Vai ser muito
difícil reverter.”
Mesmo que o
resultado do julgamento não seja favorável a ele, Nelson atesta que não vai se
retirar da política. “Vou continuar agindo ativamente pela causa da igualdade
racial e divulgando minha carta com propostas para a educação“, afirma.
Confira a
reportagem completa no Jornal Opção
Esse negócio de disse me disse, não se pode confiar. Tudo tem que ser preto no branco. Como diz a velha máxima: Quem quer faz quem não quer manda. A Justiça Eleitoral não perdoa, tem que ser igualitária não beneficiar um ou outro, como diz na Constituição. Não irão aceita a candidatura dele pra servir de exemplo.
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