O prefeito
de Minaçu Goiás, Maurides Rodrigues Nascimento, servidores do município e
responsáveis por empresas que participaram de processos licitatórios no
município foram presos hoje (5/4) pela manhã por envolvimento em
irregularidades em licitações e por desvio de verbas públicas.
O cumprimento dos mandados de prisão ocorreu
dentro da Operação Bonifrate, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás
(MP-GO) após aproximadamente um ano de investigações.
A ação foi
coordenada pela Procuradoria de Justiça Especializada em Crimes Praticados por
Prefeitos, com o apoio do Centro de Inteligência (CI) e do Grupo de Combate à
Corrupção (Gecoc) do MP-GO, além de promotores designados para acompanhamento
dos trabalhos. Estiveram diretamente envolvidos 14 promotores de Justiça e 32
policiais militares, que deram apoio à ação.
Durante a
manhã, foram cumpridos todos os 10 mandados de prisão temporária, os 4 de
condução coercitiva e os 11 de busca e apreensão. Entre os materiais
apreendidos estão HDs de computadores, cheques, documentos relacionados a
contratos e licitações e uma arma de fogo. As buscas e apreensões a residências
e sedes de pessoas jurídicas foram cumpridas em diversos locais da cidade,
entre os quais a prefeitura de Minaçu.
Todos os
envolvidos foram ouvidos no Fórum local e aqueles com prisão temporária
decretada serão encaminhados para o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
A apuração
do Ministério Público de Goiás teve início no âmbito cível na Promotoria de
Justiça de Minaçu, a partir de denúncias anônimas da população, especialmente
através do Portal de Combate à Corrupção do MP-GO (clique aqui ). A partir
dessa apuração inicial, foram constatados fortes indícios de crimes que
envolviam o prefeito, o que levou à investigação dos fatos, no âmbito criminal,
para a Procuradoria de Justiça Especializada em Crimes Praticados por
Prefeitos.
Assim, foi
detectado, especialmente em 2015, um suposto direcionamento de licitação para
empresas vinculadas ao prefeito. Segundo a investigação, algumas pessoas
ligadas ao gestor municipal teriam constituído empresas para contratar com o
município e, embora o objeto do contrato não fosse cumprido, o pagamento era
efetuado. Entre os fatos analisados estão irregularidades na realização da
festa de carnaval promovida pelo município em 2015 e contratações para operação
tapa-buraco. O material apreendido será analisado para aprofundamento da investigação.
O termo
italiano “bonifrate”, que significa fantoche, faz referência à pessoa que é
comandada sem ter noção de sua ação, no caso, aquelas que serviam como
“laranjas” na constituição de empresas para contratar com a administração
pública municipal.
Fonte: MPGO
Procurada, a
defesa do prefeito informou que ele ainda vai prestar depoimento e que, por
enquanto, não vai comentar o assunto.
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