Pular para o conteúdo principal

Durante 4 dias, Cavalcante/GO foi tomada por teatro afro e reflexão



Após quatro dias, terminou a Mostra de Teatro Afro Cena, que movimentou a pequena Cavalcante, município da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Com oito espetáculos teatrais, cinco oficinas, seis rodas de prosa, exibições de documentários e exposições fotográficas, a mostra reuniu artistas de diversas áreas.

Um dos destaques foi o grupo baiano Bando de Teatro Olodum, que tem 28 anos de trajetória. O público lotou a maior praça da cidade para acompanhar a peça Ó paí, ó, montada originalmente em 1990.

A atriz Cássia Vale destacou a importância da realização da mostra em Cavalcante, cidade que abriga a comunidade remanescente quilombola Kalunga. “O Brasil tem que mostrar cada vez mais essa cara preta que a gente sabe que tem, e muita”, diz. O grupo foi responsável ainda pela oficina Performance Negra, que teve como base uma metodologia desenvolvida pelo grupo ao longo das quase três décadas de carreira. "A gente tem uma grande responsabilidade enquanto artistas, sabemos que pelo Brasil afora temos um público que se inspira no trabalho do Bando. Quando a gente chega num lugar como esse, num quilombo, que tem tudo a ver com nossa identidade e raiz, ver jovens negros no protagonismo, mexendo com a arte, fazendo a sua própria arte, dá aquele impulso de que estamos no caminho certo".

Pela primeira vez, o grupo fez uma apresentação em espaço aberto. "Cavalcante não tem teatro. Mas eles entendem a importância da gente levar esse tipo de mensagem onde nosso povo estiver”, destaca Ednólia Andrade, coordenadora de Produção e Execução do evento.

Um dos ideais da mostra foi buscar a troca de experiências entre grupos que usam a linguagem teatral contemporânea para falar de questões raciais.

Com a peça Vida de Escravo, o grupo de teatro Arte Kalunga Matec, da comunidade Engenho II, de Cavalcante, apresentou seu trabalho.

“A arte é um meio de libertar, é um jeito de você expressar o que está sentindo. Através da arte, a gente não se perde no mundo das drogas. Estamos tendo a oportunidade de aprender novas técnicas, de aprender com grandes atores e claro, de poder compartilhar um pouco da nossa vivência”, disse o ator Gilvan dos Santos Moreira, que integra o grupo há 10 anos. O grupo nasceu em 2008 após uma professora da comunidade identificar dificuldade dos jovens em se expressar em público. 

A programação incluiu também o espetáculo Peña Folclórica, da Turma que Faz, da Vila de São Jorge, que trouxe músicas sul-americanas e performance circense. Grupos do DF, como Embaraça e Elementos Pretos, e de Goiás, como a contadora de histórias Glorinha Fulustreka, também se apresentaram em Cavalcante.

Durante a mostra, 30 jovens kalungas e afrodescendentes trabalharam como estagiários bolsistas. Eles foram selecionados por meio de projeto contemplado pelo Fundo de Arte e Cultura de Goiás, da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte de Goiás.

Fonte: Agência EBC

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

De São Domingos-GO: Um ano após enterrar a mãe sozinho, Zé Ricardo morre com 80% do corpo queimado

O homem que viralizou na internet após velar e enterrar a mãe sozinho, no ano passado, morreu neste domingo (12), no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, após ter 80% do corpo queimado. José Ricardo Fernandes Ribeiro, conhecido como Zé Ricardo, natural de São Domingos, no nordeste goiano, teria sido atacado na quitinete em que morava, no Conjunto Estrela do Sul, na última sexta-feira (10). Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Segundo o dono da quitinete em que José Ricardo morava, os vizinhos perceberam que havia fogo no local e acionaram o socorro. A vítima foi resgatada por equipes do Samu e Bombeiros, e transportada para o hospital de helicóptero. A autoria e a motivação do crime ainda são desconhecidas. José Ricardo vivia sozinho e seu único familiar é um filho de 19 anos que mora na cidade de São Domingos, e com o qual não mantinha contato, conforme infor

Preso trio suspeito de latrocínio em mambaí/GO. Os três são acusados de matar o professor Fabio Santos e o taxista Raimundo Francisco

Professor Fabio Santos  Trio de suspeitos O professor Fábio Santos que estava desaparecido desde o último sábado (05), foi encontrado morto na manhã desta terça-feira (08), em Mambaí, no nordeste goiano. Ainda havia esperanças de que o professor pudesse estar vivo, mas as esperanças acabaram nesta manhã. O corpo do professor estava enterrado no setor Novo Mambaí. De acordo com as informações, o professor Fabio Santos foi vitima de latrocínio. O trio de suspeitos de participar do crime, foram presos por volta das 05h00 desta terça-feira em Luis Eduardo Magalhães, no oeste baiano. João Pereira, de 19 anos, e os menores D.S. N.L e G.J., são os principais suspeitos também de ter torturado e matado o taxista Raimundo Francisco Dourado, de 53 anos, a pedradas, pauladas, ainda passaram o carro que eles estavam por cima da vítima, além de roubar vários pertences do mesmo e o carro, eles também são acusados de matar e enterrar no quintal da residência do mesmo, o prof

Morador de Campos Belos-GO morre em acidente com moto na GO-118

Um morador de Campos Belos, nordeste do estado, morreu ao cair de uma motocicleta, quando voltava de Brasília, na última sexta-feira (8). Ele trafegava pela rodovia GO-118, próximo à cidade de São João da Aliança, no nordeste do estado, quando caiu do veículo. Ronisson de Sousa Celestino tinha 28 anos e somente foi achado no sábado, por um homem que viu o corpo e a moto caídos nas margens da rodovia. De acordo com uma amiga da vítima, ele morava em Campos Belos, mas estava sempre no assentamento Marcos Lins, onde trabalhava com seu pai. Não se sabe ao certo o que ocorreu para ele ter perdido controle do veículo, de forma fatal. Só a perícia da Polícia Civil poderá desvendar a dinâmica do acidente e a morte dele.