O litro da
gasolina subiu nesta semana e na tarde de ontem era encontrado por até R$6,59
no interior de Goiás. O maior valor cobrado no Estado ocorre no Norte goiano.
Mas todas as regiões já vivenciam a alta do combustível, que é encontrado pela
população por mais de R$ 6 em 118 municípios, segundo relatório diário
publicado pela Secretaria da Economia com base nos postos que utilizam a Nota
Fiscal do Consumidor (NFC-e).
Na capital,
o aumento médio foi de R$ 0,28, com oferta de R$ 6,27 nos postos. Junto com
Goiânia, outras 42 cidades praticam o mesmo valor ou preço ainda maior. O que
pegou muitos de surpresa, especialmente aqueles que abastecem com maior
frequência. Entre os que mais sofrem estão os motoristas de aplicativo, que
procuram economizar e até têm desistido da atividade pelo custo.
“O impacto é
gigantesco. Agora, só atendo a depender do quilômetro rodado e do valor, porque
vejo se compensa”, explica o motorista de aplicativo Helton Costa, de 40 anos.
Ele transita com o currículo no carro à espera de dias melhores e quer deixar
de fazer as corridas. Não porque está com as contas em dia, mas porque tem
receio do tanque secar e ter de deixar o passageiro no meio do caminho.
“Trabalho por necessidade. Se conseguir encher o tanque, acho que me emociono.
E eu só coloco etanol.”
Além de ter
sofrido aumento, a alta da gasolina também vem com a justificativa do mercado
de que houve incremento no preço praticado pelo etanol, já que o anidro está na
composição. O combustível derivado da cana-de-açúcar é encontrado no Estado por
até R$ 5,44. Houve reajuste na indústria na semana passada e o hidratado é
outro que subiu, sendo comercializado pelas indústrias R$ 0,11 mais caro, porém
o incremento foi maior na bomba, especialmente no interior do Estado.
Em São
Domingos, no Nordeste Goiano, é onde o consumidor encontra os maiores valores.
Sócia-proprietária do Posto Columbia, Fabiola Dierings explica que para chegar
ao município a gasolina que vem da capital – mais de 600 quilômetros de
distância – já acrescenta R$ 0,20 pelo frete, com impostos, concorrência, baixo
capital de giro e volume pequeno de vendas, o valor chega ao topo (R$ 6,59).
“Quanto
menor o posto e a cidade mais difícil é.” A família já está neste segmento há
50 anos, mas ela explica que o desafio é um dos maiores, porque une dificuldade
de conseguir crédito, com alta simultânea de custos como energia e os aumentos
dos combustíveis. “A gente no interior não tem como vender a prazo e a
Petrobras dá de um a cinco dias para pagar. Só de frete toda semana é R$ 8
mil.”
Fabiola
explica que na próxima compra o etanol vendido ontem por R$ 5,44 deve reduzir,
mas até chegar ao posto o consumidor tem de esperar o reajuste chegar. Situação
semelhante é relatada pelo gerente do Posto Asa Branca, Weliton Carmo, em
Campos Belos, no Nordeste Goiano.
“Estamos a
mais de 600 quilômetros de Goiânia e só grandes compradores conseguem fazer um
preço melhor. Comprar no Tocantins seria até pior”, diz. Para amenizar, ele dá
desconto para quem paga no débito. A gasolina, por exemplo, cai de R$ 6,58 o
litro para R$ 6,39 para o cliente que consegue pagar à vista.
O presidente
do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado
(Sindiposto-GO), Márcio Andrade, avalia que o cenário vai além da lógica
geográfica. A competição maior em alguns municípios e até a qualidade
questionável do combustível oferecido podem influenciar e causar preços mais
baratos em regiões mais distantes. O preço acima dos R$ 6, como lembra, tem
entre os motivos a alta do preço do petróleo, dólar, que ainda não reduziu
suficiente e preço do etanol.
O que é
explicado pela seca e menor produção do combustível nas usinas, segundo o
presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol de Goiás (Sifaeg),
André Rocha. “Há preocupação do mercado por causa da safra menor.”


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