O governador
de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e o presidente do MDB no Estado, Daniel Vilela,
foram juntos para Aruanã na segunda-feira (5), onde participaram da
inauguração do Centro de Convenções e Eventos Luiz Alberto Maguito Vilela.
Os discursos
de Caiado e Daniel tiveram tom de aliança, possibilidade que foi citada também
nas falas do prefeito da cidade, Hermano de Carvalho (DEM), e do deputado
estadual Francisco Oliveira (PSDB). A convite de Caiado, Daniel foi para a
cidade no avião com o governador.
Uma
composição entre DEM e MDB é articulada por lideranças dos partidos nos
bastidores para a eleição de 2022. Existe possibilidade de Daniel ocupar a vaga
de vice ou para a disputa ao Senado na chapa de Caiado. O ex-prefeito de
Goiânia Iris Rezende é um dos emedebistas que apoia e articula a aliança. Em
2018, Caiado e Daniel foram adversários na disputa pelo governo de Goiás.
Em seu
discurso, Daniel agradeceu Caiado pela presença no evento e disse que a gestão
do democrata “busca fazer com que nosso Estado seja recolocado nos trilhos, que
volte a ser um Estado com capacidade de investimento, que possa atender a todos
que necessitam de amparo e apoio”.
“De forma
suprapartidária, o senhor tem beneficiado, colaborado e contribuído com todos
os municípios do nosso Estado, na medida do possível. Fica aqui o nosso
reconhecimento da figura do senhor e ao mesmo tempo nosso reconhecimento ao
governo do senhor”, disse Daniel a Caiado. O emedebista também agradeceu ao
prefeito da cidade pela homenagem a Maguito Vilela, que morreu em janeiro deste
ano vítima da Covid-19.
O Centro de
Convenções foi construído por meio de convênio entre a prefeitura e o governo
federal. O investimento total, segundo o município, foi de cerca de R$ 5
milhões. Caiado já havia participado de evento em Aruanã na semana passada,
quando inaugurou o Colégio Estadual Rio Vermelho.
O governador
disse em discurso que fez questão de participar do evento de ontem em
“reconhecimento a quem faz e a quem fez política com dignidade, altivez e
transparência”. Caiado também fez elogios à atuação de Daniel na época em que
era deputado federal, afirmando que o emedebista tem “potencial, capacidade e
DNA de honestidade, competência e coragem”.
Caiado disse
ainda que Maguito deixou a Daniel a responsabilidade de “continuar a história
política no Estado de Goiás”. “O que se busca na vida? Exatamente entregar para
que cada passo que a gente constrói seja sucedido por pessoas que sejam
competentes, qualificadas e cada vez mais possam melhorar a vida da população
do Estado de Goiás”, afirmou o governador.
Apoio
O deputado
estadual Francisco Oliveira também fez elogios a Caiado e Daniel e usou sua
fala para demonstrar apoio a formalização de aliança entre MDB e DEM. “Você
(Daniel) foi longe e vai chegar muito mais. Tenho certeza que você ainda será
governador de Goiás, numa parceria conosco nesse projeto”, disse. Se Daniel
disputar a próxima eleição na chapa de Caiado, existe possibilidade de que ele
receba apoio do democrata em 2026 na busca pelo comando do Palácio das
Esmeraldas.
Francisco
retornou à Assembleia no ano passado para ocupar vaga deixada por Diego
Sorgatto (DEM), que foi eleito prefeito de Luziânia em 2020. Apesar de ter
iniciado o ano na oposição, o tucano se aproximou da base no último mês.
Francisco disse ontem também que não teve oportunidade de estar com Caiado na
eleição passada “em função de algumas circunstâncias” (era aliado dos tucanos
Marconi Perillo e José Eliton). “Mas tenho orgulho de estar com você hoje”,
completou.
Após Daniel
relatar que Hermano e a família Vilela já se conhecem de longa data, mas nunca
estiveram juntos politicamente, o prefeito disse: “Agora acho que nós vamos tá
(sic), agora eu tenho certeza”. “Hoje estou ao lado do governador Ronaldo.
Queria muito, muito ver o MDB juntinho para que o povo, que tem de ser nosso objetivo,
seja bem servido.” Hermano também já foi aliado de Marconi e Eliton.
Tradição
Em evento
anterior, em Goiânia, para entrega de 210 novos ônibus escolares, Caiado disse
que a tradicional mudança simbólica da capital para a cidade de Goiás no dia 25
de julho, aniversário do município, não ocorrerá. A cidade de Goiás foi
oficialmente a capital do Estado até 1937. A transferência também foi cancelada
no ano passado por causa da pandemia.
A reportagem
questionou o governo de Goiás se todo o processo será suspenso neste ano ou
apenas o evento, mas não houve resposta até o fechamento desta edição. Ontem,
Caiado disse que pretende inaugurar uma obra na cidade no dia 25.
Meirelles
ressalta experiência
Com objetivo
de ocupar a vaga de candidato ao Senado na chapa de Ronaldo Caiado (DEM) em
2022, o ex-ministro da Fazenda e atual secretário do Estado de São Paulo,
Henrique Meirelles (PSD), usa sua experiência como base de seu discurso de
pré-campanha. Em entrevista ao POPULAR ontem, transmitida ao vivo nas redes
sociais do jornal, Meirelles ressaltou o impacto para Goiás de sua atuação
nacional.
Meirelles
também já foi presidente do Banco Central, posto que assumiu no início do
governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para isso, deixou de
tomar posse como deputado federal por Goiás. “O benefício que eu levei para
Goiás é muito superior àquele que eu teria conseguido levar caso tivesse
exercido o meu mandato de deputado”, disse. Meirelles também citou sua atuação
em crises econômicas, boa relação com investidores e atenção a empresários
goianos.
A
consolidação dos planos de Meirelles e do PSD goiano depende também da
articulação que envolve DEM e MDB. Existem discussões em torno da possibilidade
de o presidente estadual emedebista, Daniel Vilela, disputar a próxima eleição
ao Senado na chapa de Caiado ou como o vice do democrata.
Meirelles
esteve em Goiás na semana passada, quando fez visita a Caiado no Palácio das
Esmeraldas. O ex-ministro classificou a conversa como “reencontro de velhos amigos”
e disse que os dois lados deixaram “portas abertas”.
Meirelles se
filiou ao PSD em fevereiro deste ano. Atualmente com domicílio eleitoral em São
Paulo, o ex-ministro afirmou que o processo de transferência já foi iniciado e
deve ser consolidado em 30 ou 60 dias.
Na
entrevista, Meirelles refutou a possibilidade de disputar a eleição de 2022
como vice em uma chapa de Lula para a presidência da República. O ex-ministro
disse que nunca conversou com o petista sobre o assunto. Meirelles também
voltou a afirmar que não pretende disputar o governo de Goiás.
Fonte: O Popular

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