MP pede a prisão preventiva de mulher acusada de matar homem de São Domingos-GO que viralizou após velar a mãe sozinho
O Ministério
Público do Estado de Goiás (MP-GO), por intermédio da 19ª Promotoria de Justiça
de Aparecida de Goiânia, requereu a decretação da prisão preventiva de Bárbara
Morais dos Santos e que seja determinado a sua segregação, uma vez que ela não
faz jus ao benefício da prisão domiciliar. O pedido, de acordo com o promotor
de Justiça Milton Marcolino dos Santos Júnior, está embasado em laudo médico,
que apontou a inexistência de doença grave na mulher.
Bárbara
Morais dos Santos foi denunciada, juntamente com Matheus Teixeira Carneiro,
pelo homicídio triplamente qualificado e furto qualificado praticados contra
José Ricardo Fernandes, em Aparecida de Goiânia.
Os crimes
ocorreram no dia 10 de julho do ano passado, no Conjunto Estrela do Sul. A
vítima José Ricardo é natural de São Domingos, no nordeste goiano e ficou
conhecida por postar foto nas redes sociais velando sozinho a mãe, foi
espancado e teve o corpo queimado. Os dois denunciados aproveitaram para furtar
uma televisão, um celular e a carteira.
A mulher
teve prisão domiciliar decretada e o MP-GO recorreu, argumentando que não havia
prova de que ela se encontrasse extremamente debilitada por motivo de doença
grave. Segundo Milton Marcolino dos Santos Júnior, o laudo psiquiátrico apontou
que Bárbara Morais dos Santos, à época do crime, era inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com este
entendimento.
Segundo
Milton Marcolino dos Santos Júnior, a mulher não apresenta doença mental,
conforme o laudo médico, nem desenvolvimento mental retardado ou incompleto nem
dependência química, não se encontrando, dessa forma, em nenhum dos casos
previstos nos artigos 318 e 318-A do Código de Processo Penal.
O promotor
de Justiça explica que, para a decretação e manutenção da prisão preventiva,
exigem-se dois pressupostos – a prova da materialidade e existência de indícios
suficientes de autoria, bem como a existência de um perigo que a permanência do
acusado ou investigado em liberdade representa para a eficácia do processo ou
segurança social. Segundo ele, as duas situações estão comprovadas.
Gravidade
A
materialidade do crime, pois José Ricardo Fernandes foi vítima de queimadura de
extensa área do corpo com trauma torácico associado. A morte ocorreu em
decorrência de queimadura grave e complicações associadas.
Além disso,
afirma o promotor de Justiça, a decretação da prisão preventiva é imperativa
para garantia da ordem pública, que se justifica pela periculosidade do agente,
em razão da gravidade do modo de execução do crime. “Ficou demonstrado pela
conduta que Bárbara Morais dos Santos é uma pessoa extremamente intolerante e
perigosa. Assim, sua liberdade coloca em risco a paz social e a segurança da
sociedade”, afirmou.
José Ricardo
Fernandes tinha insuficiência renal e se submetia a hemodiálise. Bárbara se
dispôs a arrecadar dinheiro para seu tratamento com uma vaquinha virtual. A
vítima conseguiu arrecadar cerca de R$ 30 mil. Com a intenção de ficar com o
valor que havia sido arrecadado, a mulher começou a planejar a morte da vítima.
Ela contratou uma pessoa, após publicar anúncio em rede social, para executar o
crime por R$ 2 mil.
No dia do
crime, Barbara foi até a residência da vítima, que permitiu sua entrada. Na
sequência, ela abriu o portão para Matheus, que aguardava do lado de fora e se
passava por um doador de cesta básica.
Dentro do
imóvel, os denunciados, então, espancaram a vítima, jogaram álcool nela e, com
ela ainda viva, atearam fogo em seu corpo, sem lhe dar chance de defesa. José
Ricardo chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Velório
da mãe
José Ricardo
ficou conhecido em agosto de 2019, depois que, em um momento de revolta,
publicou uma selfie com o corpo da mãe dizendo que ninguém, além dele, apareceu
no velório ou enterro dela.
A publicação
teve mais de 300 mil curtidas em uma rede social.
A cena
sensibilizou muitos internautas, e o homem ficou conhecido na internet. Em
entrevista na época, ele contou que os parentes estavam espalhados por várias
partes do estado e do Brasil, e que, mesmo sabendo da situação da mãe dele, não
telefonaram ou visitaram.
Apesar de
revoltado e chateado com toda a situação, ele afirmou à época que esperava que
a história dele inspirasse os filhos a cuidarem dos pais.
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