Só se pode
falar em democracia, de verdade, em nosso país, quando o nosso povo for capaz
de dar o seu voto sem pensar no emprego público, previsto ou já ocupado, no
auxílio em materiais para a reforma da casa, e coisa e tal.
Ainda vão se passar muitas décadas e décadas,
gerações e gerações. Faz isso parte da nossa educação política e social, e não
se pode mudar assim, da noite para o dia.
Vê-se, por
aí, que ainda estamos longe, muito longe, de atingir essa condição de
independência mental, que não está na dependência de decreto oficial. Leva
tempo para se formar a mentalidade de um povo, o que não se dá que não seja
pela revisão de princípios fundamentais, notadamente em se tratando de um povo,
como o nosso.
Quero dizer
com tudo isso que de nada adianta a legislação eleitoral proibindo a compra de
voto, sob a figura de abuso do poder econômico, na medida em que ela, pelo
menos no tempo presente, não encontra, mesmo, adequação. Vai-lhe de encontro o
fenômeno social do vício, como decorrência de diversos fatores na espécie, além
disso, as virtudes públicas nenhuma da classe política.
De maneira
que, a bem dizer, trata-se de uma lei, como é o caso da própria Constituição,
circunscrita a branco do papel. Quem, ou como se pode impedir, de forma
abrangente, o chamado abuso do poder econômico ou político, se os meios de
ocultação funcionam por vias inalcançáveis? De resto, como já dito, trata-se de
uma lei cujas boas intenções não contam com a independência mental do nosso
povo.
Essa
independência mental, naturalmente, nos domínios da educação política, nas
condições de vida, com o mínimo de dignidade, coisas de que nunca cuidou a
nossa representação política, em momento nenhum da nossa história republicana,
e para trás. A vida pública do nosso país, desde o começo, fechou-se, fecha-se
aos interesses das massas populares, num descaso total pela nação e o povo.
Olá Antonio Carlos, pelo que eu entendi, o post refere à questão economica nas campanhas eleitorais. Nessas eleições está cristalizada a força daqueles que tem poder economico. São campanhas milionárias que dão ao candidato a possibilidade real de eleger-se em prejuizo daqueles que fazem a campanha baseadas no debate politico de ideias. Lamentavelmente é isso que estamos assistindo dos postulantes a Deputado Federal, Estadual e Senadores. Somente uma reforma politica com a participação da sociedade pode amenizar essa situação. Propostas nesse sentido não faltam, o que falta mesmo é vontade politica do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativa. Pra eles, do que jeito que está, "ta bom demais da conta". O voto de cabresto nunca desapareceu no cenário politico brasileiro.
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