O governador
Marconi Perillo (PSDB), ao anunciar seu vice José Eliton (PP) como o futuro
"supersecretário" de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e
Agricultura, atende um dos principais partidos aliados na sua nova equipe,
mesmo que o indicado seja alguém que já tem cargo relevante no governo (a
vice-governadoria), e tenta pacificar a resistência liderada pelo deputado
Roberto Balestra, mas apoiada por lideranças ruralistas, contra o fim da
Secretaria da Agricultura que, pela reforma administrativa, se tornará uma
superintendência executiva.
Além disso,
qual segmento empresarial ou de Anápolis vai questionar o vice na principal
secretaria econômica do governo? Por ora, pelo menos, nenhum.
O próprio
governador admitiu hoje que antecipou este anúncio por conta de pressões. A
primeira pergunta na coletiva, após o anúncio, fizemos para Marconi Perillo se
ele acredita que, com a nomeação de José Eliton, estaria pacificada a questão
interna no PP. "Esta responsabilidade é do presidente estadual do
partido", respondeu. Ou seja: do próprio Eliton.
As demais
pressões, de segmentos empresariais ou de Anápolis (que sempre indicou os
secretários da Indústria e Comércio nos governos de Marconi), o tucano tentará
resolver com as nomeações para as subsecretarias (ou superintendências
executivas, como estes cargos serão chamados) e demais cargos de chefia na
supersecretaria. Apesar do enxugamento, ainda existirão muitos a serem
preenchidos.
Outro
componente político no anúncio hoje de Marconi é sobre sua própria sucessão em
2018. O tucano estaria cacifando o vice José Eliton para a próxima eleição
estadual? Sim e depende. O governador enfatizou que Secretaria de
Desenvolvimento Econômico representará praticamente 100% do PIB goiano. E deu a
meta para o vice pepista: tornar a economia de Goiás a oitava maior do País.
Hoje é a nona. Mas lembrou que esta missão terá de ser cumprida num quadro
pouco otimista para a economia brasileira, em que as previsões são de
estagnação ou baixíssimo crescimento do PIB nacional para até 2016.
"O
supersecretário terá de ser um caixeiro viajante. Só de feiras agropecuárias
são cerca de 300 por ano em Goiás", disse Marconi, apontando que Eliton
terá de viajar (e trabalhar) muito pelo Estado e pelo País a partir do próximo
ano. "Eu nunca perdi um investimento privado para Goiás quando procurado
pelos empresários", enfatizou em seguida o governador. Para bom
entendedor...
Ou seja:
Eliton ganhou, sim, estrutura para trabalhar seu projeto político e pessoal de
suceder Marconi. Fora a possibilidade de assumir o governo em abril de 2018.
Mas não é garantia de apoio futuro de Marconi. Isto vai depender do pepista
cumprir as missões econômica e política dadas pelo governador. Se conseguir,
ajudará inclusive o projeto nacional do tucano goiano.
Fonte: O
Popular
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