Quase 5 mil
caminhoneiros chegam de várias regiões do país para trabalhar nas colheitas de
soja e de algodão no oeste da Bahia. Em Luís Eduardo Magalhães, quase metade
dos casos registrados de Covid-19 são desses profissionais.
Do dia 1º
até 19 de maio, os casos da doença aumentaram de forma acelerada. No município
de Barreiras, passou de um para 19 casos. Morpará, de quatro casos, passou para
oito positivos. Em São Desidério, que não tinha casos no começo do mês, já tem
oito. Luís Eduardo Magalhães saltou de dois para oito casos da doença em apenas
18 dias.
Os
caminhoneiros chegam a ficar até seis meses na cidade Luís Eduardo, por causa
do ciclo das safras. Ednaldo Teixeira chegou há 30 dias, mas vai voltar para
casa, em Guanambi, no sudoeste do estado.
"A
gente vê as pessoas passando, morrendo sufocada, isso é angustiante. Traz muito
pânico para a gente. Assim que eu voltar, eu vou dar um tempo antes de entrar
dentro de minha casa", disse Ednaldo.
Já o
caminheiro João Luiz veio do estado de Minas Gerais. Ele chegou a ficar 30 dias
parado e voltou para Luís Eduardo, tomando todos os cuidados para não se
contaminar.
"Máscara,
álcool em gel, limpeza constante do veículo, limpeza pessoal, todas as
preocupações", contou o caminheiro.
Em Barreiras
e em Luís Eduardo Magalhães, o comércio chegou a ficar fechado para diminuir o
fluxo de pessoas na rua. Mas novos decretos foram publicados e a circulação de
pessoas na rua aumentou. Os comerciantes estão tomando medidas de prevenção,
mas a população conta que tem medo.
"A
gente fica preocupado, porque, mesmo as rodoviárias estando fechadas, quem tem
seu carro próprio está livre, entra e sai", comentou a dona de casa
Edileusa Silva.
A grande
preocupação são os leitos disponíveis na região. Pelo sistema único de saúde,
Luís Eduardo tem quatro leitos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e 21 no
hospital de campanha. Apenas sete deles têm respiradores. Barreiras tem os
hospitais Eurico Dutra e o Central, que vão atender casos da Covid-19. São 30
leitos de enfermaria e 12 leitos de UTI. O Hospital do Oeste é o único que atende
toda a região.
"Houve
um crescimento exponencial nos últimos dias. Esses casos tiveram contato, ou
com casos positivos ou suspeitos de outros municípios, ou até mesmo de outros
estados. Eles tiveram apresentação dos sintomas sem ter saído do território,
sem ter saído de Barreiras", explicou o secretário de Saúde do município,
Anderson Viana.
Fonte: G1
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