Com o avanço
da pandemia do novo coronavírus, a Câmara e o Senado tentarão adiar as eleições
municipais, marcadas para outubro. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), avisou, porém, que a ideia é evitar a prorrogação de mandatos de
prefeitos e vereadores.
“Na
discussão com os líderes, é posição quase de unanimidade que devemos ter
adiamento, mas sem prorrogação de nenhum mandato”, afirmou Maia, nesta
terça-feira, 19.
O presidente
do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foi na mesma linha. “Temos acompanhado, nos
últimos dias, essa aflição dos brasileiros em relação ao problema de saúde
pública e, naturalmente, a preocupação com a democracia”, observou Alcolumbre,
ao relatar conversas com Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), e com o ministro Luis Roberto Barroso, que está prestes a assumir o
comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Uma das
propostas que já circula entre os parlamentares é a de adiar o primeiro turno
das eleições para 15 de novembro e deixar a segunda rodada para o início de
dezembro. Agora, Câmara e o Senado devem criar um grupo de trabalho, com
deputados e senadores, para estudar a mudança de calendário eleitoral.
Na avaliação
do líder do Cidadania, deputado Arnaldo Jardim (SP), tudo indica que o atual
cronograma terá problemas, uma vez que, além das datas das votações, partidos e
candidatos precisam cumprir exigências antes de outubro. “Não vamos prorrogar
mandatos. A ideia é jogar a data para frente”, observou. Jardim.
Maia e
Alcolumbre têm trocado ideias com Barroso, que assume a presidência do TSE no
próximo dia 25. “O meu desejo é não adiar. Mas é inegável que neste momento,
olhando para a frente, há uma possibilidade real de isso ser necessário”,
afirmou Barroso em entrevista ao Estadão, no início deste mês.
Em março,
Maia não admitia o adiamento da disputa. “A discussão de adiar as eleições é
completamente equivocada. Nestes próximos meses, o foco do Parlamento, do Poder
Executivo e do Judiciário será, certamente, o enfrentamento dessa crise, com os
Três Poderes trabalhando de forma unida”, disse o presidente da Câmara, na
época.
Fonte: Estadão
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