Toda vez que
Seu Ramiro chega no trabalho, ajoelha-se diante de um altar de cores desbotadas
e reza pela família e pela segurança de quem vai entrar no seu escritório de
rochas.
Com quase 63
anos, Ramiro Hilário dos Santos é o guardião de um dos conjuntos espeleológicos
mais importantes da América do Sul e, desde os 12, explora o interior de
cavernas que se escondem, literalmente, no quintal de casa.
Aliás, não é
nenhum exagero dizer que ele é um caso vivo de "homem das cavernas".
Foi na Terra Ronca I, uma das suas preferidas, que Ramiro foi batizado,
casou-se em 1980 e voltou a batizar os filhos que nasceriam nos anos seguintes.
É tanta
caverna na vida dele que até um peixe endêmico de uma delas tem nome científico
em homenagem a seu Ramiro: o Ituglanis ramiroi, mais conhecido como
Bagrinho-De-Caverna.
Desde que
começou a buscar cavernas na infância, a rotina dele se resume a andar por
salões imponentes decorados com formações naturais únicas, cruzar rios
interiores com água até a cintura e surpreender visitantes com efeitos visuais
criados com a luz da lanterna de carbureto sobre o capacete.
Era
arriscado, mas eu comecei a gostar e fui namorando a própria natureza"
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