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Artigo: O aniversário de São Domingos, Terra que me viu crescer.



Por Dalvan Gomes da Silva,

Inflamado pelo amor que dedico a são domingos, terra que me viu nascer;

Nesse dia que antecede o aniversário de São Domingos, estava eu folheando um pequeno manuscrito do Sr. Domingos Jacinto Pinheiro de 1940 e me chamou atenção a introdução por ele escrita:
Não seria o momento de nós também “inflamar” de amor por São Domingos? No próximo dia 14 de Outubro de 2014 é aniversário da cidade.  Tempo propício para nos orgulharmos da terra a qual pertencemos. O que nos faz sentir parte de um lugar, de uma comunidade, senão a cultura da qual nos formamos como cidadão? O que iremos dedicar a São Domingos no próximo dia 14?

Nesse feriado municipal, vamos descansar, ficar em casa, viajar, acampar quem sabe, fugir desse lugar atrasado, aqui não tem mais solução. São inúmeras as frases que ouço de pessoas formadoras de cidadania, de cultura. Tentam desqualificar a nossa história, a nossa cultura por uma crise política longa e que só tem um perdedor, o município. Percebe-se no semblante dos Dominicanos a auto estima abalada, sem reação, o desanimo com tudo e com todos, uma depressão coletiva. O problema maior não está nos acontecimentos ruins e sim na baixa estima da comunidade. O melhor seria a comunidade se valer da sua cultura na data da sua emancipação -14 de Outubro de 1854.  São 160 anos de história. Mais do que qualquer outra coisa, o que os Dominicanos precisam nesse momento é melhorar sua auto estima, se orgulhar da sua trajetória histórica e dos feitos grandiosos dos seus filhos ilustres como o Deputado João Honorato, do Bispo Diocesano Dom José Chaves, da Professora Maria Régis Valente, ex Prefeito Édson Honorato Pinheiro, Dona Joaquina Pinheiro, entre outros.

Para o escritor Ariano Suassuna, um povo sem cultura própria é um povo sem liberdade. Nesse sentido, lutemos por nossa liberdade. Em hipótese nenhuma, podemos perder de vista a nossa cultura. Demos um passo imenso na recuperação da nossa festa com a Semana da Cultura que acrescentava brilho aos eventos do aniversário, e nesse momento estamos parados com todos os eventos oriundos desse esforço coletivo. O povo não pode ficar sem cultura enquanto a crise política não se resolve.  O que falta são pessoas para deliberar, planejar e acionar mecanismos de apoios aos eventos populares. Todos nós temos as nossas responsabilidades profissionais, no entanto, as responsabilidades sociais inserem nesse contexto. Exigimos que os jovens tenham “modos”, mas não nos esforcemos para que eles sejam propagadores de cultura. E se queremos melhores prefeitos e vereadores, esforcemos-nos para que as crianças de hoje conheça e participem da cultura local. De uma coisa eu tenho certeza, não será com a cultura globalizada que os nossos jovens irão tornar adultos comprometidos com a terra onde nasceram. Pensem nisso adultos.

Estamos assistindo o fracasso político e econômico da cidade por falta de cultura e consequentemente de “amor inflamado” à terra que nascemos. Quantos não tiveram a oportunidade de conhecerem a trajetória política/econômica/cultural de São Domingos?

A terra que amamos figurava entre as mais importantes da região do ponto de vista educacional, econômico, político, religioso e avanços nas melhorias na qualidade de vida. Como exemplo, podemos citar a construção da primeira Usina Hidrelétrica da região que correspondia também a atual região sul do Tocantins. A  implantação do Seminário Menor na Paróquia, atraindo vários jovens da região para estudar.

Essa segunda evasão de jovens de Posse se dirigia para a cidade de São Domingos, onde havia fundado, em 1939 o Seminário dos Padres Claretianos. A partida aconteceu no dia 23 de Fevereiro de 1944, bem cedo, a cavalo. No dia 24 de Fevereiro, uma parada para almoço na casa do Sr. Euclides Álvares de Moura que nos recebeu com efusiva satisfação. Recomeçamos a viagem, vadeando caudalosos rios, como São Mateus, São Vicente, Angélica e Macacos. Éramos 6 crianças entre 11 e 16  anos,  e na medida que a cidade aproximava, as apreensões aumentavam. Chovia muito, e para alguns a “carocha” era a única proteção. Já próximos da cidade, deslumbramo-nos com a visão da Serra Geral. Como guardião desses páramos  o Morro do Moleque postava-se altaneiro e vigilante. Finalmente o Seminário, tendo ao lado a casa paroquial, e ali passaríamos cindo anos de nossas vidas primaveris.(Transcrição do Livro: REMINISCENCIAS REMIDAS de uma Época, do escritor possense, Adalgésio Expedito S. Neves) 

Outro escritor possense, Emílio Vieira, em seu livro,  A SAGA DA POSSE, conta a formação econômica do ciclo do ouro e do couro, no qual o ciclo do ouro pertencem aos municípios mais antigos como São Domingos e Flores que comercializava já no século XIX com Caetité, Juazeiro e Salvador e Januária (MG). 

Povoação surgida no fim do século XVII, período de mineração, São Domingos prosperava, situada às margens do rio que deu nome à ciade. Como centro de riqueza, São Domingos sediava já no século XIX, importantes órgãos públicos de segurança, como Cavalaria Miliciana, Companhia de Infantaria, duas Esquadras de Henriques, além de outras instituições burocráticas, ligadas à administração provincial. Conforme observa em 1874, o historiador Cunha Matos, “o ouro aí jorrava facilmente, mas o lugar era pobre, ao passo que os habitantes da freguesia eram ricos”. 

Poderíamos aqui citar as inúmeras vantagens quando da construção da usina hidrelétrica já nos anos 1948, o que fez com que grande número de pessoas dos municípios vizinhos se mudasse para São Domingos. A referida usina construída pela Prefeitura fornecia energia também para Divinópolis de Goiás.

Nesse momento triste, não podemos perder a esperança. Afinal, essa terra tem história cultivada ao longo de quase dois séculos. Mesmo atravessando sua pior crise, PARABÉNS SÃO DOMINGOS. AVANTE DOMINICANOS.     








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