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Artigo: Para onde vai o PMDB de Goiás.



O PMDB sofreu outro revés eleitoral, em Goiás, o quarto seguido desde a assunção do “Tempo Novo”, em 1998, com a primeira vitória do governador Marconi Perillo.

As articulações que a legenda tentou montar no processo eleitoral, de 2014, não foram suficientes para aglutinar as oposições, chegando ao final do processo desidratado, sem conseguir reeditar sequer a aliança de 2010 e perdendo o apoio de Vanderlan Cardoso (PSB).

Mesmo sendo um partido com capilaridade suficiente para rivalizar disputar grandes eleições e administrar uma gama de cidades importantes, o PMDB não conseguiu afinar o discurso e retomar o comando do Estado.

A pergunta que fica nesses primeiros momentos após a mais recente derrota é o que deverá acontecer com o PMDB agora que perdeu mais uma eleição e ficar com seus quadros dispersos, sem um comando central capaz de unificar as ações.

Iris perdeu mais uma vez e sua liderança é ignorada, ainda que os principais expoentes do partido não digam abertamente que seu legado evaporou.

 “O irismo acabou, só não quiseram sepultar ainda em respeito ao velho líder que agoniza, ao menos do ponto de vista eleitoral”, diz um desses líderes que só se manifesta de forma reservada. O que fica patente é que ninguém quer confrontar seu poder de pressão no partido, porque ainda lhe resta algum resquício de influência.

Mesmo que o ex-prefeito Iris Rezende tenha saído derrotado desse pleito e seus principais satélites não tenham sido eleitos também, ele ainda tem algum respeito dentre os quadros do PMDB.

Os principais candidatos apoiados diretamente por Iris, ou que difundiam a predileção do líder, como Waguinho, Lívio Luciano e sua esposa, Iris Araújo, ficaram de fora da lista de eleitos. A esmagadora maioria dos eleitos não é totalmente simpática a ele.

Um desses deputados eleitos se refere aos que ficaram de fora da bancada eleita como sendo “subservientes ou submissos a Iris” e que os demais, são, quando muito, simpáticos e leais a seu passado.

Oposição

Bruno Peixoto, reeleito deputado estadual, é um que não quer confrontar Iris Rezende e prefere lembrar do líder como “reserva moral do PMDB” e que o velho líder é um patrimônio do partido. Bruno diz que a legenda irá buscar ouvir Iris de forma a nortear as ações, principalmente no projeto para as eleições municipais de 2016, em que prefeitos e vereadores serão novamente confrontados nas urnas.

O que o PMDB será em relação ao governo do Estado, Bruno Peixoto indica antes mesmo da diplomação. “O partido foi colocado na condição de opositor ao governo e é isto que vamos fazer”, frisa. O deputado comenta que o PMDB deverá ser uma “oposição crítica, mas construtiva” e que pretende colaborar com o Estado apresentando críticas ao governador Marconi Perillo. Bruno Peixoto é um dos quadros disponíveis para o PMDB disputar a Prefeitura de Goiânia e não esconde suas pretensões disso, talvez por essa razão seja tão prudente em suas declarações para não criar um ambiente de embate com o PMDB irista que ainda resiste nem ser condescendente com o governador Marconi Perillo.

Daniel Vilela é um dos quadros de maior brilho, hoje, no PMDB. Foi vereador, deputado estadual e eleito federal, agora, com uma votação estrondosa: 179 mil votos. Mesmo sendo filho do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, que foi governador de Goiás e senador, Daniel demonstrou ter luz própria e não se intimidou em buscar espaço no partido e vencer de forma maiúscula na carnificina que foi esse pleito.

Para ele o PMDB ainda não tem certo o que ocorrerá com o espólio de Iris Rezende, mas a única certeza é que ocorrerá uma renovação natural em todos os sentidos. “Vão surgir lideranças novas de forma natural e isto será altamente salutar para o PMDB”, comenta.

Daniel considera que será preciso ainda algumas semanas para que o torpor da derrota possa permitir que o partido repense seus rumos e decante o que deverá orientar as ações para o próximo ano. “A única certeza que temos é que a renovação será inevitável e exigida pelas bases do PMDB”, finalizou.

Texto do jornalista Hélmiton Prateado

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