domingo, 27 de setembro de 2015

A farra do ponto na Assembleia Legislativa de Goiás

Servidor comissionado, lotado em gabinete de deputado, bate o ponto na Assembleia
Enquanto a mulher o aguarda do lado de fora, servidor comissionado bate o ponto

Por volta de 7h10, um Palio cinza para em fila dupla na Alameda dos Buritis, em frente à Assembleia Legislativa de Goiás, Setor Oeste. A motorista liga o pisca-alerta. Do banco do passageiro, uma mulher desce de crachá na mão, caminha até a entrada, passa pelo hall, chega aos terminais de ponto eletrônico, registra e sai pelo mesmo caminho. A permanência da mulher dentro do órgão dura 49 segundos.

Ela retorna ao carro, que vai para o Setor Bueno. Em frente a uma lanchonete, na Avenida T-14, o veículo para, a mulher desce e o carro, dirigido pela filha dela, vai embora. Ela sai com pacote de pão e segue para um prédio residencial na T-13, no mesmo bairro.

A cena se repete por três dias e é um dos 21 casos flagrados pelo POPULAR na semana passada. Instituído em outubro do ano passado como medida para combater sucessivos casos de fantasmas, o ponto eletrônico na Assembleia não foi capaz de banir a prática.

Em uma cobertura feita em parceria com a TV Anhanguera e a CBN Goiânia, a reportagem registrou episódios de servidores que deixaram o local (de carro ou moto) depois de protocolar a chegada. Em cinco casos, a reportagem acompanhou os funcionários que se deslocaram. Quatro deles foram abordados. A maioria alegou que resolveria uma questão pessoal e retornaria à Casa.

De acordo com o Portal da Transparência da Assembleia, cerca de 1,5 mil servidores são obrigados a registrar o ponto. Eles representam 46% do total de funcionários da ativa na Casa. É que aqueles que trabalham diretamente com os deputados e ocupam funções gratificadas de gabinete (chamadas de GR Gabinete) não são obrigados a bater ponto. A responsabilidade pela frequência é de cada um dos 41 deputados.

Assim, o universo de quem bate ponto inclui efetivos e comissionados contratados pela administração (servidores da Secretaria da Assembleia, chamados comissionado secretaria).

Eles são obrigados a registrar a chegada - com dois horários: 7h ou 13h - e a saída. As portas da Assembleia só se abrem às 6h30 e o sistema de ponto é liberado 15 minutos depois. Mas às 6 horas já é possível encontrar servidores na porta, aguardando para liderar as filas de quatro terminais. A maioria dos flagrantes ocorreu antes das 7 horas. A direção da Casa diz que os casos são isolados.

Fonte: O Popular

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Após seis dias de buscas, bombeiros encontram corpo de menina que sumiu em riacho enquanto brincava com o irmão, em Guarani de Goiás

  Após seis dias de buscas, os bombeiros encontraram o corpo da menina Tamires Alves dos Santos, de 4 anos, nesta segunda-feira (3). Ela sum...