As
comemorações do Dia da Independência, na manhã desta segunda-feira (7/9), na
Esplanada dos Ministérios, foram
marcadas por arquibancadas lotadas, o tradicional desfile em carro aberto e por
protestos. Cerca de 25 mil pessoas marcavam presença no evento, por volta das
10h30, segundo informações da Polícia Militar.
Em meio ao
tenso cenário político, com teorias que colocam o vice-presidente da República,
Michel Tëmer, como conspirador do mandato de Dilma Rousseff, movimentos
pró-impeachment se uniram para inflar balões, estender faixas de protesto e até
queimar pneus para fazer barricadas, com o objetivo de chamar atenção e
atrapalhar o transcorrer do desfile. Enquanto isso, os dois sorriam ao lado um
do outro, na arquibancada de autoridades.
Outra
confusão ocorreu por volta das 10h20, quando dois homens tentaram invadir o
desfile, mas foram contidos por 10 policiais militares. Eles estavam xingando
profissionais da Força Nacional alegando que “são inconstitucionais" e que
representam uma "polícia bolivariana". Duas mochilas e uma mala
também fizeram com que a Polícia Militar isolasse uma área perto da Rodoviária
do Plano Piloto. Mas, minutos depois, a suspeita de bomba foi descartada.
Até mesmo as
barreiras de proteção usadas para separar a área da arquibancada oficial e de
convidados da parte externa do desfile foram motivo de crítica e de revolta por
parte do público, que bateu colheres e mãos nos tapumes metálicos. Essas mesmas
barreiras foram pichadas neste domingo (6/9), com dizeres: "Muro da
vergonha", “Intervenção militar já” e “Art. 142 e 144 C.F.”
Por volta
das 11h, um trio elétrico chamava a população para a "7ª Marcha Contra a
Corrupção", iniciada paralelamente ao desfile. A Polícia Militar precisou
fazer um cordão de isolamento em frente ao Congresso Nacional, impedindo a
passagem dos manifestantes, que, em vez de seguir em frente, aglomeraram-se em
volta dos “Pixulecos”, que representavam Dilma e Lula.
Policiais
precisaram fazer a proteção de petistas, que se manifestavam em apoio à
presidente. Algumas pessoas bradam “intervenção ou morte” de um dos caminhões
de som. Por volta de 12h30, os balões infláveis de Lula e Dilma foram
esvaziados e os manifestantes se dispersaram.
Símbolos
Além do
boneco inflável do ex-presidente Lula vestido com roupa de presidiário – que
estava presente nas últimas manifestações contra o governo petista –,
manifestantes encheram a "Pixuleca", uma representação de Dilma,
também em forma de balão inflável, retratada com dentes proeminentes, nariz de
Pinóquio, manchas de lama no corpo e faixa presidencial rasgada.
Mas esses
não foram os únicos símbolos da insatisfação popular diante do governo. Notas
com os rostos de Dilma Rousseff e de Luiz Inácio Lula da Silva, com o nome de
"Pixulecos", foram entregues ao longo do evento para representar as
acusações de corrupção contra os governos petistas.
Enquanto
desfilava em carro aberto, a presidente recebeu vaias, mas também aplausos. Alguns
entoaram o grito: "No meu país, eu boto fé, porque meu país é governado
por mulher".
Cerca de 3
mil militares, entre homens e mulheres, desfilaram sob o som das bandas do
Batalhão de Polícia do Exército e do Batalhão da Guarda Presidencial. Em seguida,
a Esquadrilha da Fumaça, que estava dois anos sem participar do evento, voltou
aos céus do Distrito Federal. Foram 30 minutos de sobrevoo, com 50 acrobacias.
Enquanto
aproximadamente 1 mil manifestantes pró-impeachment se concentraram em frente
ao Museu Nacional da República, cerca de 200 pessoas em apoio a presidente da
República se reuniram próximo à Catedral.
Fonte:
CorreioWeb
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