domingo, 28 de fevereiro de 2016

Mambaí/GO: Biodiversidade preservada




Uma caverna deverá se transformar na no primeiro Monumento Natural de Goiás. É a Gruna da Tarimba, um conjunto de cavidades subterrâneas situado em Mambaí, a 500 km de Goiânia.

Além da grande beleza cênica, o local protege uma biodiversidade única e sensível como o Ituglanis boticario, uma nova espécie de peixe que mal foi descoberta e já está ameaçada de extinção.

A Tarimba é considerada a sexta maior caverna do Brasil, de acordo com o coordenador do Cadastro Nacional de Cavernas da Sociedade Brasileira de Espeleologia, Ricardo Martinelli. “Espera que com esse reconhecimento ela possa ter maior proteção e que isso desperte na população regional o interesse pela preservação do meio ambiente."

A proposta de criação da unidade de conservação na categoria Monumento Natural partiu do Grupo Espeleológico Goiano (Grego), sediado em Mambaí e da União Paulista de Espeleologia em parceria com a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

O processo de criação do primeiro monumento natural goiano ainda está em fase inicial, mas conquistou apoio governamental. "É fundamental para o Estado. Quanto mais ambientes protegidos tivermos, melhor. E lá é uma área de nascentes", diz o gerente de áreas protegidas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima), Eric Kolailat.

Segundo Kolailat, o processo para que a Tarimba seja decretada Monumento Natural é longo, e deve demorar cerca cinco ou seis anos. Ainda é preciso fazer análises e complementações do projeto e, posteriormente, realizar audiências públicas.

As ações em prol do reconhecimento da importância da região da Tarimba começaram com o Grego. Entre 2000 e 2007, o grupo fez um mapeamento com o apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). Sem condições de dar continuidade ao trabalho, os espeleólogos de Goiás pediram ajuda da União Paulista de Espeleologia, da qual Martinelli é presidente. "Começamos a mapear em conjunto. Refizemos todo o trabalho anterior e avançamos, dos 6 mil mapeados inicialmente chegamos a 11.250, descobrindo novas galerias laterais e sobrepostas", relata.

Em 2010, os dois grupos de espeleologia tiveram a ideia de realizar um diagnóstico ambiental, para ajudar a ampliar a proteção. Para isso, os técnicos entraram em um edital da Fundação O Boticário e foram selecionados. Com o apoio financeiro, conseguiram contratar a pesquisadora, Maria Elina Bichuette, do Laboratório de Estudos Subterrâneos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Nos trabalhos de coleta para o diagnóstico ambiental, por volta de 2012, o grupo comandado por Bichuette encontrou uma espécie de peixe subterrâneo única, que só existe dentro da caverna. Em 2015, a descoberta foi reconhecida pela comunidade científica e o animal recebeu o nome de Ituglanis boticario.

Fonte: O Popular

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