Uma caverna
deverá se transformar na no primeiro Monumento Natural de Goiás. É a Gruna da
Tarimba, um conjunto de cavidades subterrâneas situado em Mambaí, a 500 km de
Goiânia.
Além da
grande beleza cênica, o local protege uma biodiversidade única e sensível como
o Ituglanis boticario, uma nova espécie de peixe que mal foi descoberta e já
está ameaçada de extinção.
A Tarimba é
considerada a sexta maior caverna do Brasil, de acordo com o coordenador do
Cadastro Nacional de Cavernas da Sociedade Brasileira de Espeleologia, Ricardo
Martinelli. “Espera que com esse reconhecimento ela possa ter maior proteção e
que isso desperte na população regional o interesse pela preservação do meio
ambiente."
A proposta
de criação da unidade de conservação na categoria Monumento Natural partiu do
Grupo Espeleológico Goiano (Grego), sediado em Mambaí e da União Paulista de
Espeleologia em parceria com a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
O processo
de criação do primeiro monumento natural goiano ainda está em fase inicial, mas
conquistou apoio governamental. "É fundamental para o Estado. Quanto mais
ambientes protegidos tivermos, melhor. E lá é uma área de nascentes", diz
o gerente de áreas protegidas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Recursos
Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima), Eric
Kolailat.
Segundo
Kolailat, o processo para que a Tarimba seja decretada Monumento Natural é
longo, e deve demorar cerca cinco ou seis anos. Ainda é preciso fazer análises
e complementações do projeto e, posteriormente, realizar audiências públicas.
As ações em
prol do reconhecimento da importância da região da Tarimba começaram com o
Grego. Entre 2000 e 2007, o grupo fez um mapeamento com o apoio do Instituto
Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). Sem condições de dar
continuidade ao trabalho, os espeleólogos de Goiás pediram ajuda da União
Paulista de Espeleologia, da qual Martinelli é presidente. "Começamos a
mapear em conjunto. Refizemos todo o trabalho anterior e avançamos, dos 6 mil
mapeados inicialmente chegamos a 11.250, descobrindo novas galerias laterais e
sobrepostas", relata.
Em 2010, os
dois grupos de espeleologia tiveram a ideia de realizar um diagnóstico
ambiental, para ajudar a ampliar a proteção. Para isso, os técnicos entraram em
um edital da Fundação O Boticário e foram selecionados. Com o apoio financeiro,
conseguiram contratar a pesquisadora, Maria Elina Bichuette, do Laboratório de
Estudos Subterrâneos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Nos
trabalhos de coleta para o diagnóstico ambiental, por volta de 2012, o grupo
comandado por Bichuette encontrou uma espécie de peixe subterrâneo única, que
só existe dentro da caverna. Em 2015, a descoberta foi reconhecida pela
comunidade científica e o animal recebeu o nome de Ituglanis boticario.
Fonte: O
Popular
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