Adolescente de 17 anos foi resgatada tem mais de 100 marcas de tortura |
O pai e a
madrasta de uma adolescente de 17 anos, encontrada com mais de 100 marcas de
agressão, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça, em Formosa,
cidade goiana do Entorno do Distrito Federal.
Suspeito do
crime, o casal já estava detido em decorrência do flagrante. Resgatada em casa,
a vítima afirmou em depoimento que apanhava de pau e facão e era impedida de
sair de casa até mesmo para ir à escola.
O pedido de
prisão foi feito pelo delegado Antônio Humberto, responsável pelas
investigações. Ele explica que agora os suspeitos ficarão detidos por tempo
indeterminado. "Quando o juiz decreta a prisão preventiva, é uma medida
cautelar para que o processo não seja prejudicado. Isso evita a destruição de
provas, a coerção de testemunhas e que o autor volte a cometer crimes",
disse o delegado.
A
adolescente foi resgatada em casa na última sexta-feira (26). Após uma denúncia
feita ao Conselho Tutelar. Na ocasião, o delegado afirmou que só havia visto
situação semelhante "na época da escravidão".
A apuração
apontou ainda que a garota era mantida em cárcere privado e era proibida até
mesmo de ir à escola. "Quem viu as fotos percebe que, se ela tivesse
contato com o mundo externo, alguém veria e acabaria denunciando. É a típica
situação em que uma imagem vale mais que mil palavras", destaca Humberto.
O pai tentou
eximir a companheira do crime, mas, baseado no depoimento da adolescente, o
delegado também resolveu autuá-la. Ambos irão responder pelo crime de tortura -
o qual engloba atos como cárcere privado e restrição de alimentos. A pena, em
caso de condenação, é de 2 a 8 anos de prisão.
Abrigo
A
adolescente está em um abrigo da cidade aos cuidados do Conselho Tutelar. De
acordo com a conselheira Valéria José Pereira, ela morava há cerca de um ano
com o pai e madrasta. A mãe dela, que mora em São João D'Aliança, na região
norte de Goiás, mandou a filha para viver com o pai porque estava em
dificuldades financeiras.
"Na
época, ela não tinha condições de criar e pediu para que o pai ficasse com ela
até se reestabelecer financeiramente. O pai e a madrasta não deixavam nem a
menina ir à escola, pois se ela tivesse convívio com outras pessoas, as
agressões poderiam ser descobertas", conta.
Fonte: G1
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