sexta-feira, 27 de maio de 2016

Formosa/GO: Pai e madrasta de adolescente vítima de tortura têm prisão mantida

Adolescente de 17 anos foi resgatada tem mais de 100 marcas de tortura

O pai e a madrasta de uma adolescente de 17 anos, encontrada com mais de 100 marcas de agressão, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça, em Formosa, cidade goiana do Entorno do Distrito Federal.

Suspeito do crime, o casal já estava detido em decorrência do flagrante. Resgatada em casa, a vítima afirmou em depoimento que apanhava de pau e facão e era impedida de sair de casa até mesmo para ir à escola.

O pedido de prisão foi feito pelo delegado Antônio Humberto, responsável pelas investigações. Ele explica que agora os suspeitos ficarão detidos por tempo indeterminado. "Quando o juiz decreta a prisão preventiva, é uma medida cautelar para que o processo não seja prejudicado. Isso evita a destruição de provas, a coerção de testemunhas e que o autor volte a cometer crimes", disse o delegado.

A adolescente foi resgatada em casa na última sexta-feira (26). Após uma denúncia feita ao Conselho Tutelar. Na ocasião, o delegado afirmou que só havia visto situação semelhante "na época da escravidão".

A apuração apontou ainda que a garota era mantida em cárcere privado e era proibida até mesmo de ir à escola. "Quem viu as fotos percebe que, se ela tivesse contato com o mundo externo, alguém veria e acabaria denunciando. É a típica situação em que uma imagem vale mais que mil palavras", destaca Humberto.

O pai tentou eximir a companheira do crime, mas, baseado no depoimento da adolescente, o delegado também resolveu autuá-la. Ambos irão responder pelo crime de tortura - o qual engloba atos como cárcere privado e restrição de alimentos. A pena, em caso de condenação, é de 2 a 8 anos de prisão.

Abrigo

A adolescente está em um abrigo da cidade aos cuidados do Conselho Tutelar. De acordo com a conselheira Valéria José Pereira, ela morava há cerca de um ano com o pai e madrasta. A mãe dela, que mora em São João D'Aliança, na região norte de Goiás, mandou a filha para viver com o pai porque estava em dificuldades financeiras.

"Na época, ela não tinha condições de criar e pediu para que o pai ficasse com ela até se reestabelecer financeiramente. O pai e a madrasta não deixavam nem a menina ir à escola, pois se ela tivesse convívio com outras pessoas, as agressões poderiam ser descobertas", conta.

Fonte: G1

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