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Deputado Estadual José Nelto (PMDB) é acusado de ameaçar primo para receber dívida



O deputado estadual José Nelto (PMDB) está sob investigação da Polícia Civil de Goiás por conta da acusação de ameaça que pesa contra ele. O Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi registrado na 4ª Delegacia Distrital de Goiânia em junho de 2013 por Evandro Maciel de Lima, que narrou a situação envolvendo o parlamentar.

Segundo Evandro, que é primo de José Nelto, ele comprou um imóvel rural em 2012 no município de Patrocínio, em Minas Gerais, e o registrou em nome de sua filha, Dulce Bernardes Maciel. Evandro entrou em parceria com Eros José de Castro Júnior e Raissa Costa Barcelos Lagares, filha de José Nelto, para fazerem um loteamento no terreno. Para isto, ainda de acordo com o relato de Evandro, ele teria contraído um empréstimo de R$ 400 mil com o deputado e mais R$ 200 mil com seu sócio Eros de Castro Júnior.

Logo no início de 2013, como o loteamento não prosperou, Evandro ficou impossibilitado de quitar o débito com seus credores José Nelto e Eros. “Isso foi o motivo para que começassem as ameaças”, relatou o agropecuarista Evandro. José Nelto teria se valido dos serviços de um ex-policial civil para fazer pressão em Evandro, para que ele quitasse a dívida rapidamente.

Ele narrou na delegacia que no início de março de 2013 ele foi até o edifício onde mora o deputado José Nelto, em frente ao Parque Vaca Brava, e se encontrou com o deputado, o ex-policial e Eros Júnior. “Diante da insistência de José Nelto em receber, houve um bate-boca entre ambos, e como José Nelto propôs como forma de pagamento” que Evandro repassasse a parte do imóvel adquirida em nome de sua filha Dulce, na cidade de Patrocínio, ele concordou. Isso acabaria com a dívida.

Entretanto, relatou o devedor ao delegado, no dia marcado para que fosse feita a transferência, o deputado José Nelto mudou a conversa, não mais aceitou o acordo e exigiu que fosse passada a escritura total do imóvel para ele a título de “garantia” e que Evandro continuasse a pagar a dívida com o acréscimo de 4% de juros ao mês. Evandro não concordou com essa mudança de proposta e ainda alegou que 4% ao mês é um juro quase que equivalente à prática de agiotagem, como o deputado José Nelto queria lhe cobrar.


Pressão

Diante do impasse e da impossibilidade de vender o imóvel para pagar a dívida, a situação ficou insustentável para Evandro. Ele narrou que o policial, a mando do deputado José Nelto e de Eros Júnior, passou a lhe procurar diariamente, importunando com as cobranças e até mesmo lhe passando por momentos constrangedores.

Evandro, então, tomou a iniciativa de ir até o escritório político do deputado José Nelto para conversar com ele. Lá estavam o Eros Júnior, o ex-policial e seus dois auxiliares. O ex-policial encarregado da cobrança disse ao deputado José Nelto que estava “apertado e precisando do dinheiro”, porque estava sendo cobrado por seus dois “sócios na cobrança”.

Segundo ele, o deputado frisou que Eros já havia adiantado R$ 20 mil para o cobrador e que se eles não recebessem o pagamento a responsabilidade seria do devedor, Evandro. Tudo isto como forma de aumentar a pressão contra o devedor. A frase seguinte, do deputado, foi ainda mais grave, segundo relato de Evandro. “O deputado disse ao ex-policial que como ele estava sendo pressionado por seus dois sócios, que ele ‘matasse’ um deles para aliviar a pressão”.

O ex-policial ainda descobriu o telefone e o endereço de outra filha de Evandro, Danielle Bernardes Maciel, e passou a fazer cobranças dela também como forma de constranger seu pai a pagar a dívida mais rápido. Diante dessa situação extrema e sentindo-se ameaçado, Evandro procurou a polícia para narrar o fato.

Alguns meses depois, durante audiência no Juizado Especial Criminal, Evandro entrou em acordo com José Nelto e cedeu às suas pressões, pagando o que o deputado lhe cobrava. Restou a acusação de ameaça contra o parlamentar e as suspeitas do Ministério Público sobre a origem do dinheiro emprestado a Evandro e investido na tentativa de fazer um loteamento em Patrocínio. O MP coloca sob suspeita também o fato de o deputado ter colocado o empreendimento dos lotes no nome de sua filha.

A reportagem tentou ouvir o deputado José Nelto. Seu telefone 8472-xxxx não atendeu às ligações nem retornou até o fechamento da edição.

Fonte: DM

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