Fiéis testemunham em defesa de bispo e padres durante audiência em Formosa/GO sobre desvios R$ 2 milhões em dízimos
Oito
testemunhas de defesa foram ouvidas durante nova audiência, realizada nesta
sexta-feira (9), relacionada à Operação Caifás, que investiga desvios de R$ 2
milhões na Diocese de Formosa, no Entorno do Distrito Federal. Segundo o
Ministério Público, tratam-se de fiéis da cidade, que defenderam o bispo e os
padres que são réus no processo.
Foi a quarta
audiência relacionada a este caso. A primeira deveria ocorrer em agosto, mas
foi adiada. Depois, ela foi realizada em setembro. Quatro dias depois,
ocorreram outros depoimentos de testemunhas que falaram sobre os gastos da
diocese. Já em uma terceira ocasião, nove etstemunhas foram ouvidas.
Dos onze
acusados, somente um não compareceu. Estavam arroladas 13 testemunhas, mas
quatro foram dispensadas. Além disso, os advogados, em consenso, pediram que um
padre só fosse ouvido após as oitivas de duas testemunhas de acusação, que
serão ouvidas por precatória.
"O juiz
aceitou o pedido e designou uma nova audiência para o dia 5 de fevereiro. Os
advogados entenderam que ele é a principal testemunha da defesa que ele deve
falar por último, após depoimentos de outros dois padres, de acusação, que
serão tomados em Iaciara e Planaltina", disse o promotor de Justiça
Douglas Chegury.
A audiência
ocorreu no Fórum de Formosa, durou mais de 7h e foi presidida pelo juiz
Fernando Oliveira Samuel, da 2ª Vara Criminal. Conforme Chegury, o depoimento
do padre em fevereiro é o último ato antes dos réus começarem a ser interrogados.
"Pelos
depoimentos que temos até aqui, não mudou em nada o entendimento de que havia
um esquema de desvio na Diocese. Inclusive, os termos da denúncia só ganham
força", afirmou.
Acusados
A apuração
culminou com a Operação Caifás, em 19 de março. Nove pessoas foram presas na
ocasião:
1. José
Ronaldo Ribeiro, bispo de Formosa
2. Monsenhor
Epitácio Cardozo Pereira, vigário-geral da Diocese de Formosa
3. Padre
Moacyr Santana, pároco da Catedral Nossa Senhora Imaculada Conceição, Formosa
4. Padre
Mário Vieira de Brito, pároco da Paróquia São José Operário, Formosa
5. Padre
Tiago Wenceslau, juiz eclesiástico
6. Padre
Waldson José de Melo, pároco da Paróquia Sagrada Família, Posse (GO)
7. Guilherme
Frederico Magalhães, secretário da Cúria de Formosa
8. Antônio
Rubens Ferreira, empresário suspeito de ser laranja da quadrilha
9. Pedro
Henrique Costa Augusto, empresário, suspeito de ser laranja da quadrilha
Já Darcivan
da Conceição Sarracena e Edimundo da Silva Borges Júnior não chegaram a ser
presos, mas também foram denunciados pelo MP por envolvimento no esquema e são
réus no processo.
Segundo o
promotor, a exceção do juiz eclesiástico Tiago Wenceslau, todos os outros réus
compareceram a audiência.
Entre 16h10
e 16h50 desta sexta-feira, a reportagem entrou em contato os advogados de todos
os réus. Somente Gilson Afonso Saad, que representa Darcivan da Conceição,
atendeu a ligação. Ele avaliou a audiência e disse que seu cliente é inocente.
"Hoje
foi apenas algumas testemunhas. Acredito que no próximo dia 5 de fevereiro, os
réus já podem começar a ser ouvidos. Desde a conclusão da investigação, já
estava delimitado que meu cliente não teve participação ou meio de evitar o que
ocorreu", afirmou.
Fonte: G1
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