Policiais
civis de Goiás, Distrito Federal e outros 17 estados brasileiros cumpriram, na
manhã desta quinta-feira (22), a terceira fase da Operação Luz na Infância. A
ação, que também ocorreu simultaneamente na Argentina, foi deflagrada pelo
Ministério da Segurança Pública (MSP) e é realizada em parceria com o Corpo de
Investigações Judiciais (CIJ) do Ministério Público Fiscal da Cidade Autônoma
de Buenos Aires.
Segundo a
Polícia Civil, foram cumprindos 69
mandados de busca e apreensão. Os
agentes buscaram arquivos contendo conteúdos ligados aos crimes de abuso e
exploração sexual contra crianças e adolescentes. Ao todo cerca de mil
policiais estão envolvidos na execução dos mandados de busca e apreensão.
Em Goiás, a
operação foi realizada em Campos Belos, região Nordeste de Goiás. De acordo com
a corporação, os alvos foram identificados pela Diretoria de Inteligência da
Secretaria Nacional de Segurança Pública (Dint/Senasp/MSP) através de
informações obtidas na internet, onde os usuários apresentavam indícios de
delitos.
As
informações obtidas foram repassadas às Polícias Civis, em especial à Delegacia
Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (Decon), que solicitou ao juiz do
município os mandados de busca e apreensão para um alvo na cidade.
A Operação
Luz na Infância 3 é o resultado de uma parceria entre a Diretoria de
Inteligência da Senasp, a Polícia de Imigração e Alfândega dos EUA (US
Immigration and Customs Enforcement-ICE), o Corpo de Investigações Judiciais
(CIJ) do Ministério Público Fiscal da Cidade Autônoma de Buenos Aires e as
Polícias Civis do Brasil para o desenvolvimento e aprimoramento da atividade de
repressão à exploração sexual infantojuvenil. Em Goiás, as buscas contam com o
apoio da Delegacia de Polícia Civil de Campos Belos.
Luz na Infância
A operação
foi intitulada Luz na Infância por serem bárbaros e nefastos os crimes contra a
dignidade sexual de crianças e adolescentes. Como a internet facilita esse tipo
de conduta criminosa e, via de regra, os criminosos agem nas sombras e guetos
da rede mundial de computadores, Luz na Infância significa propiciar às vítimas
de abuso e violência sexual o resgate da dignidade e a retirada desses
criminosos da escuridão, para que sejam julgados à luz da Justiça.
Essa é a
terceira fase da operação e o estado de Goiás têm sido alvo da ação desde a
primeira etapa. Na primeira fase da operação, ainda em outubro de 2017, 70 policiais federais e civis cumpriram oito
mandados de busca e apreensão nos municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia,
Anápolis e Caldas Novas.
Na época,
três suspeitos foram presos em flagrante na capital. Já em Aparecida de
Goiânia, apesar de não haver prisões, segundo a titular da DPCA de Aparecida,
Caroline Borges Braga, foi um caso de reincidência. “Além do material
pornográfico encontrado no computador e no celular do suspeito, foi encontrado
um pote com balinhas no carro dele, o que nos leva a pensar que ele é um
possível abusador. Ele já foi preso por esse crime em fevereiro e por isso
estava mais esperto em relação à ação da polícia”, explica.
Em maio
deste ano, foi deflagrada a segunda fase da operação. Foram expedidos 22
mandados de busca e apreensão em residências e estabelecimentos comerciais de
Goiânia e cidades do interior do Estado, contra suspeitos de armazenar e
compartilhar arquivos contendo pornografia infantil. Participaram da ação 40
policiais civis, dentre delegados, peritos criminais, comissários, agentes e
escrivães.
Ao todo, 10
pessoas foram presas por pornografia infantil em Goiás. Durante a operação, o
caso que mais chamou a atenção, segundo a delegada, foi uma prisão realizada em
Goiânia do suspeito Marcos Ronaldo Guimarães, de 74 anos. “Nós encontramos um
farto material no computador, além de muitas fotos impressas, várias delas,
datadas do ano de 1990, e algumas tiradas no próprio quarto dele. Além disso, o
computador dele estava ligado em rede com vários outros pedófilos, o que torna
o crime inafiançável”, concluiu.
Fonte: Mais
Goiás
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