Talvez o
grande desafio dos fãs e admiradores do cantor Cristiano Araújo seja encontrar
um remédio que cure a saudade.
Dia 24 de
junho de 2015 o Brasil acordou com a notícia apreensiva de um grave acidente de
carro sofrido pelo artista quando voltava de um show em Itumbiara.
Ele lutou
pela vida, mas não resistiu aos ferimentos – assim como sua namorada, Allana
Moraes – e deixou uma legião de seguidores, de amigos e família obrigada a
enfrentar uma despedida inesperada, que encheu o coração de angústia pelos
tantos sonhos que foram embora bruscamente.
Cristiano
Araújo morreu na melhor fase da sua carreira profissional. Ele vinha de duas
turnês internacionais (EUA e Europa) e tinha uma agenda lotada de apresentações
no Nordeste, o que era algo difícil para um nome sertanejo até mesmo
consagrado.
Ele fazia
uma média de 25 shows por mês pelo País, com cachê de R$ 200 mil, e era um dos
artistas mais cogitados por produtores de eventos pelo retorno de público, como
aconteceu em 2012 no palco da Pecuária de Goiânia quando ele bateu o recorde do
parque com 78 mil pessoas.
A morte
envolvendo Cristiano Araújo dividiu o Brasil. Uma parte não sabia de quem se
tratava e outra lamentava a tragédia.
Apresentadores
de TV durante a cobertura do acidente até confundiram seu sobrenome com o do
jogador português Cristiano Ronaldo.
O El País
chegou a defini-lo como “o cantor que ninguém conhecia, exceto milhões”. Apesar
de shows lotados pelo Brasil, o sertanejo não tinha grande espaço na mídia
nacional, principalmente em cadernos culturais do eixo Rio-São Paulo.
Talvez por
isso a repercussão de sua morte foi algo tão incomum. “A gente precisava apenas
aparecer mais na mídia para consagrar a carreira dele”, analisa João Reis, pai
do cantor.
O artista
alcançou a fama, mas não teve muito tempo para aproveitar. Foram quatro anos
intensos de carreira, desde o primeiro sucesso, Efeitos, sua principal
composição autoral, lançada em 2011.
Cristiano já
tinha alguns projetos encaminhados. Ele estava gravando músicas para o próximo
DVD e também preparando um disco de modão.
Estão guardados ainda três shows inéditos
realizados na Pecuária de Goiânia, um em Brasília e outro em Teresina. Após sua
morte, alguns músicos - de um total de 50 - que o acompanhavam se encaixaram em
outras bandas, como de Humberto & Ronaldo, Henrique & Juliano, Gusttavo
Lima, Bruno & Marrone e Victor & Leo. Já o seu produtor Rafael Vanucci
segue agora com seu irmão, Felipe Araújo, 20 anos.
A história
de Cristiano Araújo é parecida com a de quase todos os artistas que buscam o
sucesso no mercado sertanejo.
Família sem
condição financeira e que dedica o pouco que tem para formar um artista. O pai
João Reis tinha um lava jato no Setor Marista e enquanto trabalhava limpando os
carros, o filho soltava a voz no estúdio improvisado montado no local.
O que
ganhava investia em instrumentos, em aulas de canto para o filho, além de
acompanhar o menino em pequenos festivais de música. Ele também tinha um bom
relacionamento, com amizades com Leandro & Leonardo, Zezé Di Camargo &
Luciano e Bruno & Marrone.
Por Bruno
Felix (O Popular)
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