Promotora recomenda suspensão de festa rave em Cavalcante/GO por riscos a espécie ameaçada de extinção
Festas no Parque da Chapada dos Veadeiros podem ameaçar espécies |
Visando
garantir a preservação ambiental, em especial de uma ave em risco de extinção,
o pato-mergulhão, a promotora de Justiça Úrsula Catarina Fernandes da Silva
Pinto recomendou ao prefeito de Cavalcante, João Neto, e aos secretários
municipais que somente autorizem a realização de festas ou festivais na área do
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros mediante consulta prévia à
administração do parque.
Segundo
apontado na recomendação, informações repassadas à promotoria apontam que está
sendo organizada a realização de um festival de música eletrônica na Fazenda
Veredas, em Cavalcante, no período de 15 a 20 de julho, sendo esperados cerca
de mil participantes. Assim, a promotora aponta que, além de o município não
possuir coleta regular de lixo, o local é uma área de especial proteção por
abrigar a fonte de captação de água da cidade.
Conforme
detalhou, não haverá recursos para controlar o acesso dos participantes até a
fonte de captação, nem mesmo nos mananciais turísticos adiante, o que poderá
causar a poluição da água de abastecimento municipal.
Também é
citado que o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), em ofício
dirigido à promotoria, já havia recomendado ao MP que requisitasse a suspensão
de alvarás para festivais e festas rave em locais especialmente protegidos e
considerados habitat do pato-mergulhão e outras espécies ameaçadas de extinção.
Foi
recomendado ainda pelo órgão, que gerencia o manejo dos parques nacionais, que
se tais festas continuassem ocorrendo deveria ser incluída medida de mitigação
o monitoramento dos casais de pato-mergulhão no local, iniciando-se dois meses
antes do evento e encerrando-se dois meses depois. Para esse evento em julho, o
chefe do parque, em contato telefônico com a promotora, assegurou que nenhuma
autorização para evento foi solicitada.
Segurança
Úrsula
Catarina ressaltou ainda que é conhecida a situação de precariedade no setor de
segurança em Cavalcante, que sequer conta com efetivo humano satisfatório para
conter a demanda de prevenção e repressão de atos ilícitos. Desse modo, foi
recomendado às Polícias Civil e Militar que não expeçam alvarás para festivais
em locais especialmente protegidos e considerados habitat do pato-mergulhão ou
circunvizinhos ao mesmo.
Aos
organizadores do evento foi recomendado que, caso a festa tenha prosseguimento,
seja incluída como medida de mitigação o monitoramento dos casais de
pato-mergulhão no local, iniciando-se dois meses antes do evento e encerando-se
dois meses depois.
O
monitoramento deverá ser feito por profissionais com reconhecida competência
com a espécie, de modo a garantir que os protocolos sejam seguidos. Os custos
deverão ser pagos pelos organizadores do evento, com relatórios a serem
produzidos e protocolados no ICMBio ou na Secretaria Estadual de Meio Ambiente
(Secima).
Fonte: MPGO
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