Com roteiro desafiador, Rally dos Sertões promete disputa emocionante. Posse e Cavalcante/GO estão no roteiro
A 24º edição
do Rally dos Sertões, que acontece entre 3 e 10 de setembro, promete ser
emocionante. Com um roteiro escolhido a dedo pelos organizadores, buscando
reunir as melhores trilhas, a prova agregará desafios, competição e muita
segurança.
Partindo de
Goiânia, os participantes ainda passarão por Padre Bernardo, Cavalcante e
Posse, em Goiás; Luís Eduardo Magalhães, na Bahia; Mateiros, Ponte Alta e
Palmas, no Tocantins.
O roteiro é
comemorado por Marcos Moraes, diretor geral da Dunas, empresa que organiza os
Sertões. Para ele, o aumento do número de especiais (trechos cronometrados)
trará ainda mais disputa à prova, que terá alto grau de dificuldade.
"Conseguimos
aumentar significativamente a quilometragem dos trechos cronometrados. Os
pilotos vão andar contra o relógio, pois é um rali de velocidade. E nos 3.143
km que vão percorrer, farão 74% disso contra o relógio (2.341 km). Será uma
prova bem dinâmica e competitiva, e acredito que também a mais difícil, se
comparada às outras edições", declarou Moraes.
Tal
dificuldade não é à toa. Marcos destacou o local em que os pilotos podem ter
maiores problemas, tanto por causa do relevo, quanto pelo terreno e pelo clima
seco.
"O
trecho mais perigoso talvez seja na região do Acaba Vida, que até o nome já
diz. Fica na Serra Geral, ao norte de Brasília. O terreno é serra, na qual você
não vai andar mais do que 100 m sem fazer uma curva de 90°. É cascalho e terra
batida, com problemas de erosão e muita poeira. Nessa época do ano não chove,
então fica com uma camada de talco de cerca de 10 cm, e nem sempre você vê a
pedra que está escondida ali", continuou.
Ainda que o
nível de dificuldade seja alto, o diretor geral da Dunas não acredita que o
Acaba Vida será o trajeto que exija mais dos competidores. Isso porque, durante
o Rally, existe as chamadas "maratonas", nas quais os pilotos não têm
auxílios de mecânicos, sendo eles próprios os responsáveis pela manutenção do
veículo.
"Acredito
que o trecho mais desafiador será no Jalapão, onde eles vão fazer uma etapa
maratona, não tendo acesso a mecânicos. Serão 900 e poucos quilômetros sem
apoio, sem nenhuma ajuda, durante a quinta e a sexta etapas", explicou
Moraes.
Contudo, os
participantes nunca estão totalmente sozinhos. O sistema de segurança do Rally
dos Sertões é complexo, e trabalha para que, cada vez menos, problemas
aconteçam. Atualmente, a média é de um acidente a cada 24 mil quilômetros, o
que anima os organizadores e participantes.
Marcos
revela que o monitoramento é intenso e presente durante o trajeto, fazendo com
que os pilotos tenham assistência quando necessário, principalmente em casos de
acidentes.
"Todos
os carros têm um GPS, que colhe informações a cada segundo do que o piloto está
fazendo. Ao longo da especial, temos 96 pessoas com rádios pelo percurso. Temos
dois aviões que sobrevoam este roteiro, então estamos falando de quase 600 km
de comunicação. Quando existe algum acidente, a comunicação se dá pelo rádio e
pelo GPS, e assim acontece o acionamento do resgate", afirmou.
Aliás,
Marcos ressaltou que o GPS foi ferramenta fundamental para um planejamento
ainda mais seguro e completo do Rally dos Sertões. Isso porque o mecanismo
obriga os pilotos a cumprirem certas regras de velocidade, em locais povoados
ou com pouca estrutura. Todos os participantes têm conhecimento destas medidas
e, quando desrespeitadas, geram punições de tempo, multas ou até a
desclassificação.
"Com o
GPS, estabelecemos zonas de radar e conseguimos alongar as especiais. Quando o
piloto chega a um vilarejo, indicamos a velocidade que ele tem que percorrer,
normalmente entre 40 e 60 km/h, de tal forma que conseguimos ter a segurança
necessária. Ao mesmo tempo, o GPS nos trouxe benefícios em relação a pontes.
Passamos por regiões bem precárias e, às vezes, as pontes são de madeira, com
pouca manutenção. Assim, o limite é de 20 km/h", finalizou.
Fonte: Gazeta
Esportiva
Comentários
Postar um comentário