Por Hélio
Rocha,
Houve
redução das desigualdades regionais goianas, mas ainda existe uma forte
injustiça em relação ao Nordeste do estado.
Tal
circunstância deveria ser olhada como advertência para omissões
político-administrativas, assim como da própria sociedade civil, com referência
às regiões que, pelo contrário das que englobam esses municípios atraentes, são
barradas no baile do desenvolvimento.
Entre elas
aparece, como uma espécie de Gata Borralheira, a sacrificada região Nordeste de
Goiás.
O mapa da
exclusão social no Brasil, montado há cerca de sete anos por professores da
Universidade de São Paulo (USP) e Universidade de Campinas (Unicamp), mostrou
que, em Goiás, os 10 municípios com maior grau de exclusão social, conforme o
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e outros indicadores, situam-se, todos,
no Nordeste.
As carências
do Nordeste goiano não são novidade, estão na pauta dos discursos
político-eleitorais há décadas.
A
proximidade de Brasília expôs essa situação nacionalmente, fazendo com que o
País tome conhecimento dessa realidade e, no entanto, a região mais carente
continua sem perspectiva de escapar dessa desvantagem.
Parece que
não basta uma forte desigualdade entre regiões, como esta, estar fartamente
denunciada para que se gerem reações a seu favor.
Há exemplos
em outros países demonstrando isto. Na Itália, a desvantagem do sul em relação
às outras regiões, principalmente o norte, ecoa também secularmente uma queixa
que é ouvida, mas não atendida.
No México,
existe também a situação, internacionalmente conhecida, do Estado de Chiapas,
com agravante de um clima revolucionário latente, alimentado pelo movimento
zapatista. Mesmo com este estopim de revolta aceso, Chiapas continua sendo
referência de miséria e exclusão social, com mais de um terço da população sem
acesso, por exemplo, ao benefício da energia elétrica.
As
características do Nordeste goiano são diferentes das do Nordeste brasileiro,
principalmente em relação aos recursos hídricos.
Enquanto no
Nordeste do País existe o drama da seca, em Goiás são fartos tais recursos,
existindo inclusive excelentes condições para o desenvolvimento de cultivos
agrícolas irrigados.
Um problema
político-social de tal dimensão deveria ser refletido bastante em anos de
campanha eleitoral no Brasil.
É preciso
que se crie mentalidade que resulte em planos de desenvolvimento que comecem a
reverter essas desigualdades regionais que, sob certos aspectos, chegam a ser
iníquas.
Esta é uma
tarefa para mobilizar a sociedade civil e constituir parcerias com os governos
em níveis federal, estadual e municipal.
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