domingo, 19 de junho de 2016

Opinião: Nordeste goiano “Injusta desigualdade”



Por Hélio Rocha,

Houve redução das desigualdades regionais goianas, mas ainda existe uma forte injustiça em relação ao Nordeste do estado.

Tal circunstância deveria ser olhada como advertência para omissões político-administrativas, assim como da própria sociedade civil, com referência às regiões que, pelo contrário das que englobam esses municípios atraentes, são barradas no baile do desenvolvimento.

Entre elas aparece, como uma espécie de Gata Borralheira, a sacrificada região Nordeste de Goiás.

O mapa da exclusão social no Brasil, montado há cerca de sete anos por professores da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade de Campinas (Unicamp), mostrou que, em Goiás, os 10 municípios com maior grau de exclusão social, conforme o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e outros indicadores, situam-se, todos, no Nordeste.

As carências do Nordeste goiano não são novidade, estão na pauta dos discursos político-eleitorais há décadas.

A proximidade de Brasília expôs essa situação nacionalmente, fazendo com que o País tome conhecimento dessa realidade e, no entanto, a região mais carente continua sem perspectiva de escapar dessa desvantagem.

Parece que não basta uma forte desigualdade entre regiões, como esta, estar fartamente denunciada para que se gerem reações a seu favor.

Há exemplos em outros países demonstrando isto. Na Itália, a desvantagem do sul em relação às outras regiões, principalmente o norte, ecoa também secularmente uma queixa que é ouvida, mas não atendida.

No México, existe também a situação, internacionalmente conhecida, do Estado de Chiapas, com agravante de um clima revolucionário latente, alimentado pelo movimento zapatista. Mesmo com este estopim de revolta aceso, Chiapas continua sendo referência de miséria e exclusão social, com mais de um terço da população sem acesso, por exemplo, ao benefício da energia elétrica.

As características do Nordeste goiano são diferentes das do Nordeste brasileiro, principalmente em relação aos recursos hídricos.

Enquanto no Nordeste do País existe o drama da seca, em Goiás são fartos tais recursos, existindo inclusive excelentes condições para o desenvolvimento de cultivos agrícolas irrigados.

Um problema político-social de tal dimensão deveria ser refletido bastante em anos de campanha eleitoral no Brasil.

É preciso que se crie mentalidade que resulte em planos de desenvolvimento que comecem a reverter essas desigualdades regionais que, sob certos aspectos, chegam a ser iníquas.

Esta é uma tarefa para mobilizar a sociedade civil e constituir parcerias com os governos em níveis federal, estadual e municipal.

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