O
vice-governador José Eliton se reuniu com moradores de municípios situados na
região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV) e afirmou que é
preciso ter muito cuidado com a possibilidade de expandir a unidade de
conservação, também conhecida como Área de Proteção Ambiental (APA).
“O debate
nos causa uma grande preocupação quanto ao processo de desenvolvimento
regional”, disse José Eliton.
Os moradores
afirmaram que antigos residentes foram obrigados a desocupar suas propriedades
com a promessa do governo federal de indenizar as famílias.
Maísa Reis,
empresária de Alto Paraíso, e que participou da reunião com o vice-governador,
afirma que até hoje cerca de 98% dessas famílias seguem sem o recebimento das
indenizações, há mais de 50 anos.
O PNCV,
criado em 1961, protege uma área de 65.514 hectares do Cerrado goiano.
De acordo
com projeto de ampliação da APA, de autoria do governo federal e da Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), essa área
passaria para cerca de 190 mil ha, com a desapropriação de 541 famílias que
atualmente moram no Corredor Ecológico Paranã-Pirineus, na região Nordeste do
Estado.
Subdesenvolvimento
O
vice-governador atentou para o fato de que a região da GO-118 já é fortemente
impactada pelo parque, que por força de legislação específica do Ministério do
Meio Ambiente, impede a utilização do solo para fins econômicos, exceto algumas
atividades extrativistas, com impactos no curto, médio e longo prazos e que
podem condenar a região a uma condição de subdesenvolvimento.
Por outro
lado, reconhece a ampliação da indústria do turismo local, que auxilia como
fonte de renda para moradores da região.
Acompanhada
de um morador da região – seu Jair, de mais de 100 anos –, a moradora Maísa
Reis saiu da reunião da segunda-feira, dia 30, agradecida pela conversa com o
vice-governador. “Fomos extremamente bem recebidos e tenho certeza de que ele
compreendeu a necessidade de um amplo diálogo com essas pessoas”, afirma.
“O assunto
merece uma atenção muito maior por parte do Estado, da União e da Unesco, com a
participação dos moradores”, relata José Eliton.
“Me
posiciono de forma muito crítica em relação a esta questão. O diálogo precisa
contemplar não somente fatores de preservação ambiental, mas o olhar sob a
ótica da economia local, com a preocupação pertinente àquelas pessoas que estão
há anos estabelecidas na região, que não podem ter seus direitos atropelados”,
disse o vice-governador José Eliton. “Esta também é nossa preocupação”,
afirmaram os moradores.
Fonte:
Governo de Goiás
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