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Grupo faz campanha de financiamento para construir Escola de Saberes Tradicionais e Parto no povoado do Moinho, em Alto Paraíso/GO

Florentina Pereira, mais conhecida como dona Flor, é muito admirada no povoado do Moinho, em Alto Paraíso

A mistura de humildade, dedicação e sabedoria fez de Florentina Pereira dos Santos, mais conhecida como dona Flor, figura admirada no povoado do Moinho, em Alto Paraíso, no Nordeste de Goiás.

Quilombola, raizeira e parteira, aos 79 anos ela está prestes a realizar um grande sonho: construir um espaço onde ela poderá transmitir os saberes tradicionais das ervas e do parto natural às novas gerações.

Mãe de 18 filhos biológicos e 27 adotivos, dona Flor do Moinho fez mais de 300 partos de mulheres da região. Biólogos, professores e admiradores de seu trabalho organizaram uma campanha na internet para comprar o terreno e edificar a Escola de Saberes Tradicionais e Parto, no povoado.

O financiamento coletivo, por meio do site Benfeitoria (benfeitoria.com/escoladesaberesdonaflor), será realizado em três etapas. A primeira delas teve início no dia 7 de fevereiro.

Desde então, o grupo de apoio corre contra o tempo para captar, inicialmente, R$ 60 mil em um prazo de 90 dias. Caso não batam a meta, todo o dinheiro é devolvido aos doadores. A meta total, ao fim de três etapas, é levantar R$ 150 mil.

Comitê

Para fazer a campanha e ajudar na gestão do recurso, profissionais que acompanham o trabalho de dona Flor se juntaram, há um ano e meio, em um comitê local.

Uma das organizadoras, a psicóloga, educadora e empresária Lilian Galvão classifica a proposta como um resgate. “Historicamente, as parteiras foram alvos de muita perseguição. É uma luta”, diz.

Lilian conheceu dona Flor há dois anos, ao se mudar para Alto Paraíso. “Quando eu cheguei em Alto, quis conhecer a parteira tradicional da cidade e encontrei essa mulher especial.” Interessada na personalidade da parteira, Lilian perguntava constantemente qual era o seu sonho, e dona Flor sempre respondia que queria construir uma escola para ensinar mulheres e administrar ervas.

A ideia do financiamento coletivo surgiu depois que as cineastas Flor dos Santos e Erika Bauer conseguiram arrecadar R$ 85 mil, por meio de crowdfunding, para realizar o documentário Flor do Moinho, que retrata a vida da parteira, exibido em junho do ano passado.

A nova campanha de financiamento coletivo tem uma meta mais ousada, precisando captar quase o dobro do valor arrecadado para o documentário. Mas Lilian confia na força da história da mulher que aparece em teses de mestrado e doutorado na Universidade de Brasília (UnB), e também no documentário Espaço Além, de Marina Abramovic. Uma celebridade de Alto Paraíso. “Queremos dar a ela um espaço onde possa ensinar tudo o que sabe. Depois, capacitar a própria comunidade para fazer a gestão desse espaço.”

Além de Lilian, o grupo responsável pelo financiamento coletivo conta com outros membros: a biolóloga Daniela Souza, coordenadora do projeto Raizeiros da Chapada; o arquiteto e bioconstrutor Juliano Souza; a parteira formada por dona Flor, Márcia Purnimá; o videomaker Sérgio Makari; e a fazendeira e permacultora Sigrid Krast.

Fonte: O Popular

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