As
devastadoras e lamentáveis imagens do Rio Paranã, que mostram o leito do rio
completamente seco, foram produzidas por ação ou omissão do governo do estado
de Goiás, por intermédio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação
(Seagro).
O órgão é o
responsável por gerir a barragem do Paranã, que represa o rio no município de
São João da Aliança (GO).
O gravíssimo
acidente ambiental cortou 100% da vazão do rio federal, um dos mais importantes
do estado de Goiás e do Tocantins.
Foram
ouvidos ribeirinhos e secretários de meio ambientes das diversas cidades
atingidas pelo desastre.
A causa, de
acordo com os secretários, foi o fechamento das comportas da barragem, que
cortou a vazão da água e deixou o rio seco por 24 horas, e deixou
assustadíssimas, no último dia 24, todas as pessoas que dependem de suas águas.
O
representante do governo estadual no gerenciamento da barragem, Victor Hugo, em
um áudio gravado aos secretários, informou que houve uma falha de operação.
Trabalhadores
tiveram que fechar as duas comportas, em virtude de um trabalho a ser feito por
um avião, que iria fazer um levantamento no leito do rio.
O avião, de
acordo com ele, fez imagens para o projeto do plano de segurança de barragem e
o leito do rio teria que ter pouca água. Ainda segundo Victor Hugo,
"ninguém foi prejudicado e os irrigantes sabiam do corte da água".
Secretários
de meio ambiente da região disseram que uma pane elétrica enguiçou o içamento
das comportas.
Na
sexta-feira, fiscais do IBAMA foram ao local, mas encontram o rio já com o
nível da água restabelecido.
Ribeirinhas,
como Malaquias e Ronan, disseram que ninguém avisou do corte de água, sem
precedentes na região, e que os prejuízos foram imensos, principalmente com a
mortandade de peixes.
Segundo Ian
Thomé, ambientalista e secretário de meio ambiente de Formosa (GO), o vídeo
publicado no Blog neste sábado deixa bem claro um dano ambiental como nunca
antes visto na região.
"Realmente
nos pegou totalmente de surpresa. Ontem já iniciamos um diálogo entre os
municípios de Flores, São João da Aliança e Alto Paraíso, no sentido de saber
mais a respeito do ocorrido".
Já o
secretário de meio ambiente de Flores de Goiás, Josias Pereira, falou que
apesar de a barragem não estar situada no município, a comunidade foi
diretamente impactada e logo após o ocorrido, procurou o IBAMA para denunciar o
caso.
Disse também
que a secretaria local não tem poder sobre a gerência das comportas da
barragem.
Josias
Pereira disse ainda que vai acionar o estado para tentar responsabilizá-lo pelo
dano ambiental.
"Diversas
formas de vida foram comprometidas com essa omissão ou ação, por falha humana,
por uma falha elétrica.
Digo isso
como secretario. Agora, como cidadão, me sinto indignado. Sou filho de Flores
de Goiás, nasci e me criei aqui na região.
Para nós foi
um tapa na cara ver a nossa maior riqueza nessa lastimável situação. Não fomos
avisados de nada e jamais imaginava ver o rio Paranã nessa situação",
disse Josias.
Resta saber
como o Ministério Público de Goiás e o Ministério Público Federal vão lidar com
esse gravíssimo caso ambiental.
Até agora a
imprensa goiana e nem a tocantinense deram atenção ao caso.
Texto e fonte: Dinomar Miranda
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