A Assembleia
Legislativa de Goiás decidiu, na terça-feira (12), manter o veto do governador
Marconi Perillo ao projeto que extinguiria o horário de verão em Goiás. Foram
19 votos a favor da decisão do Executivo e 9 contrários — eram necessários 25
para que o veto fosse derrubado.
Ao defender
a matéria de sua autoria, o deputado Luis Cesar Bueno (PT) pediu aos pares que
derrubassem o veto, já que, segundo ele, o fim do horário de verão seria antigo
clamor da população.
Da tribuna
José Nelto (PMDB) afirmou que a alteração anual de horários confunde o relógio
biológico, não traz grande economia de energia e prejudica as pessoas que
precisam sair de casa muito cedo para trabalhar.
Mesmo
fazendo parte da base de sustentação da Governadoria, os deputados Lincoln
Tejota (PSD) e Henrique Arantes (PTB) se manifestaram favoráveis ao fim do
horário de verão e declararam que votariam pela derrubada do veto.
Santana
Gomes (PSL), por sua vez, subiu à tribuna para defender o veto do Governo.
Apesar de considerar o horário de verão “indigesto”, o parlamentar apresentou
justificativa técnica para que Goiás continuasse a adotá-lo: o território do
Estado estaria muito abaixo da linha do Equador.
Horário de Verão
O horário de
verão foi instituído pela primeira vez entre os anos de 1931 e 1932, sendo adotado
no País esporadicamente até 1967. Após 18 anos sem que a medida fosse novamente
utilizada, o horário especial voltou a ser implantado em 1985 e, desde então, é
instituído todos os anos como forma de promover economia com a energia
elétrica.
Ao apresentar
o projeto que extinguiria o horário de verão em Goiás, o deputado Luis Cesar
Bueno (PT), não negou que a adoção do horário de verão reduz gastos com energia
elétrica durante os meses em que vigora, mas alegou que, para tanto, a
população brasileira acaba por sofrer graves consequências. “Ao adiantar em uma
hora o relógio, as pessoas passam a se levantar mais cedo, sofrendo no próprio
corpo as consequências que isso carreta, como sonolência, fadiga, dores de
cabeça, falta de concentração e irritabilidade”, afirmou.
Em sua
justificativa o parlamentar escreveu que, expostos os fatos, cabe questionar se
essa economia (de 4% a 5%) compensa os “enormes sacrifícios” impostos à
população. Ele ainda diz que o horário de verão facilita crimes cometidos
durante a madrugada. “A escuridão das primeiras horas da manhã abriga mal
feitores de todos os quilates. O risco de ser vítima de assalto, roubos e
outras espécies de violência é muito grande”, finalizou.
O projeto
foi aprovado na Assembleia em fevereiro, mas acabou vetado pelo governador em
abril. A assessoria de imprensa do Executivo esclareceu á época que o projeto
foi barrado com base em um parecer técnico da Procuradoria Geral do Estado.
De acordo
com esse parecer, a inclusão do Estado no horário de verão está dentro de uma
legislação federal e não caberia ao Estado, de maneira unilateral, decidir pela
mudança.
Fonte: Mais
Goiás
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