Favorito
para assumir o comando do PSDB em dezembro e liderar o partido na campanha
presidencial de 2018, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), 54 anos,
afirmou que as prévias são "o meio mais democrático" para que o PSDB
escolha seu candidato à Presidência em 2018.
Perillo
articula para chegar como postulante único à direção da legenda em dezembro,
impulsionado pela relação com os presidenciáveis Geraldo Alckmin, governador de
São Paulo, e João Doria, prefeito da capital paulista. Ele minimiza o embate
cada dia mais ruidoso entre eles e diz que "prevalecerá o bom senso".
João Doria sugeriu que pode deixar o
PSDB para disputar a Presidência. Qual sua avaliação?
Não acredito
que o prefeito Doria deixe o partido e vou continuar trabalhando nossa unidade.
Qual deve ser o formato para a
escolha do candidato do partido?
Prévias são
um instrumento democrático de escolha. Elas devem ser mantidas, caso haja mais
de um pré-candidato. Por mais que fiquem fissuras, é o instrumento mais
legítimo e democrático que um partido pode ter. Mas não creio que haverá entre
Geraldo e Doria.
Quem tem melhores condições de
vencer, Alckmin ou Doria?
Não vejo em
nenhum deles disposição para qualquer tipo de dissenso. Estou seguro de que
haverá uma convergência entre eles e de que prevalecerá o bom senso, o
compromisso maior com o projeto de vitória. O PSDB tem uma sequência histórica
de consensos. Sempre tem alguma escaramuça antes, alguns nomes se colocam, mas
ao fim e ao cabo prevalece o que tem melhores condições (de vencer a eleição).
O presidente interino, Tasso
Jereissati, disse que 'Alckmin é o primeiro da fila'. Doria, por ser mais novo,
deve esperar na fila?
No momento
certo essas coisas estarão resolvidas.
O candidato tucano deve adotar tom
conciliador ou se opor frontalmente a Lula?
Defendo um
misto das duas coisas. Nosso discurso tem que centrar fortemente no combate ao
populismo, à demagogia, ao corporativismo e todos os ismos que atrasaram o
Brasil e a América Latina. Mas também acho que o voto se dará baseado no
equilíbrio, na experiência e na capacidade que o candidato terá de pacificar o
País, convencer de que as reformas são boas para o povo. Não vejo espaço para
que alguém da extrema direita ou extrema esquerda vença eleições no País ou nos
Estados.
Qual deve ser a agenda do PSDB para
2018?
Uma agenda
agressiva de reformas. É preciso diminuir o tamanho do Estado, tomar medidas duras
com relação à Previdência, aprofundar as privatizações e acabar com a
estabilidade do emprego no serviço público, exceto as carreiras de Estado, num
primeiro momento. O que pode ser extirpado da burocracia federal? Precisamos de
três senadores por Estado? Dessa quantidade de deputados?
Temer conseguirá tocar essas
reformas?
O presidente
faz um grande esforço para aprovar uma agenda de reformas, mas como o governo
dele é de transição, um governo congressual, ele não tem a força que um
presidente eleito pelo voto do povo terá para adotar essa agenda.
Então por que o PSDB não desembarca?
O PSDB não
está no governo. Ele tem ministros e apoia as reformas. Os ministros vão
continuar até quando quiserem, mas o partido tem compromisso só com os projetos
que tenham a ver com os interesses da nação.
O senhor vai assumir a presidência do
PSDB?
Eu transito
entre todas as lideranças do partido, sempre fui solidário e correto com todos.
Se o meu nome agregar, me coloco à disposição.
Se houver mais de um candidato, o
senhor disputa?
Não. Meu
lema é unidade.
Há uma preocupação no PSDB porque o
senhor também foi delatado pela Odebrecht e denunciado no caso Delta, então
traria de volta a suspeição que levou Aécio a se licenciar do partido...
Ninguém é
obrigado a me querer como presidente, nem sou obrigado a ser se for para causar
constrangimento. Não quero atrapalhar em nada e jamais forçaria a barra. As
acusações são absolutamente defensáveis. Em relação à Delta, eu fui à CPI por
nove horas e refutei todas as provas. Em relação à Odebrecht, é algo totalmente
infundado. Falaram de caixa 2, e posso provar as contradições.
Como o senhor explica a insurgência
dos deputados cabeças-pretas?
Um partido
que não tivesse essa inquietude dos mais jovens seria como o silêncio dos
cemitérios. Seria uma lástima um partido de velhos. A nova executiva terá de
reservar espaços para as gerações mais novas.
As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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