Dois meses após escândalo em Formosa/GO, papa Francisco se pronuncia indiretamente “É escandaloso administrar a Igreja como se fossem bens pessoais”
Dois meses
após um escândalo em Formosa que envolveu o nome da Igreja Católica, a maior
autoridade da religião, o papa Francisco se pronuncia indiretamente sobre o
tema. À época o Ministério Público de Goiás desencadeou uma operação para
prender o bispo, o juiz eclesiástico, mais sete religiosos e dois empresários.
Todos eram acusados de desvios que superam R$ 2 milhões dos cofres da Diocese
de Formosa.
“Quem crê
não pode falar de pobreza e viver como um faraó,” observou. “É escandaloso
administrar os bens da Igreja como se fossem bens pessoais. Me faz mal ouvir
que um eclesiástico se deixou manipular administrando os trocados da ‘viúva’
(doações)”. As preocupações expostas pelo Papa Francisco foram ditas aos bispos
italianos, na 71ª Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI).
O Santo
Padre também abordou sobre transparência com gastos dos dinheiros da igreja, de
modo a evitar que despesas pessoais sejam custeadas com recursos da Santa Sé.
“Conheço um de vocês que jamais convida alguém para o jantar utilizando o
dinheiro da diocese, mas paga do próprio bolso. São pequenos gestos, mas são
importantes.”
O papa
também abordou sobre a diminuição de algumas dioceses (são as divisões de
território, em que as igrejas daquela região são administradas por bispos).
“Conheço um de vocês que jamais convida alguém para o jantar utilizando o
dinheiro da diocese, mas paga do próprio bolso. São pequenos gestos, mas são
importantes.”
OPERAÇÃO CAIFÁS
A operação,
batizada de Caifás, foi deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), em
Formosa, Posse e Planaltina, com objetivo de desarticular uma associação
criminosa que desviava recursos da cúria, administração central, da Diocese de
Formosa e de algumas paróquias ligadas a ela.
À época, dos
13 mandados de prisão requeridos, nove foram autorizados, os quais somam-se aos
10 mandados de busca apreensão executados. Segundo informações da assessoria de
imprensa do MP, nas residências inspecionadas, foram apreendidos dinheiro em
espécie, joias e relógios entre outros objetos de valor, os quais seriam frutos
das condutas criminosas.
No dia 17 de
abril, o bispo de Formosa Dom José Ronaldo Ribeiro teve alvará de soltura
expedido após decisão unânime da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de
Goiás (TJGO), que realizou nova análise do processo seguindo orientação do
Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão do colegiado foi comunicada pela
relatora do processo, desembargadora Carmecy de Oliveira.
Fonte: Mais Goiás
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