Juiz nega ouvir Papa Francisco no processo de desvio de dízimo em Formosa/GO e marca depoimento de testemunhas para agosto
O juiz
Fernando Oliveira Samuel, da 2ª Vara Criminal de Formosa, negou ouvir o Papa
Francisco como testemunha no processo que investiga desvio de R$ 2 milhões em
dízimos da Diocese da cidade. O pontífice havia sido listado pela defesa do
bispo afastado, Dom José Ronaldo Ribeiro, acusado de liderar o esquema. O
clérigo sempre alegou inocência.
A decisão é
de terça-feira (8). Nela, o juiz afirmou que a defesa "não trouxe qualquer
justificativa" para ouvir o Papa. Além disso, o magistrado marcou para 9
de agosto, na sala do Tribunal do Júri, os depoimentos das testemunhas dos 11
acusados no processo.
A reportagem,
o advogado do bispo, Lucas Rivas, havia dito que as escolhas das 31 testemunhas
listadas inicialmente foram técnicas. A reportagem fez novo contato com o
defensor, que disse que ainda não teve ciência da decisão.
Também
haviam sido listados pela defesa do bispo o núncio apostólico no Brasil,
Giovanni D’Aniello, e o cardeal Dom João Braz de Aviz.
Além dele,
outras dez pessoas — incluindo o juiz eclesiástico Tiago Wenceslau, o
vigário-geral Epitacio Cardozo e mais três padres — estão entre os acusados de
participar do esquema. O Ministério Público apurou que eles usaram o dinheiro
para comprar uma fazenda de gado, uma casa lotérica e carros de luxo.
"Ficou
bem evidente, desde a busca da soltura dos religiosos por meio de habeas
corpus, que a estratégia dos acusados é adiar o máximo que puderem o julgamento
do caso, de forma a se beneficiarem do transcurso do tempo, que virá
acompanhado de um pretendido esquecimento e da prescrição", disse o
promotor responsável pelo caso, Douglas Chegury.
À
reportagem, a assessoria do "interventor" nomeado pelo Papa após o
escândalo, Dom Paulo Mendes Peixoto, disse que ele está escrevendo um parecer,
juntamente com outros responsáveis, para enviar para a Santa Sé e, a partir
deste documento, a Igreja tomará as devidas medidas. Ainda não há nada
definido.
Desde a
soltura, Dom José Ronaldo está ficando na casa episcopal (casa do bispo da
Diocese), porém não está exercendo nenhuma função administrativa.
Fonte: G1
Comentários
Postar um comentário