A Justiça
adiou a audiência de instrução de julgamento do bispo Dom José Ronaldo Ribeiro
e outros cinco padres acusados de desviar mais de R$ 2 milhões em dízimos da
Diocese de Formosa, no Entorno do Distrito Federal.
A sessão,
que ocorreria na manhã desta quinta-feira (9), foi remarcada para o próximo dia
10 de setembro após o Ministério Público apresentar novos documentos
relacionados ao processo. As defesas dos réus alegaram que não tiveram acesso
aos papéis previamente e solicitaram o reagendamento.
A reportagem
tentou falar com o juiz, Fernando Oliveira Samuel, da 2ª Vara Criminal, que
presidia a sessão, mas ele não quis se pronunciar a respeito.
Porém, em um
documento, ele justificou o adiamento. "Os defensores manifestaram em
conjunto pela impossibilidade de prosseguir com a produção de prova testemunhal
sem tomar conhecimento e analisar tais provas", afirma.
O magistrado
disse ainda que isso causaria prejuízo aos defensores, "porque não permite
o contraditório e a possibilidade de influência dessa prova para iniciar a
inquirição das testemunhas".
O advogado
Thiago Pádua, que representa o padre Tiago Wenceslau, informou que o pedido de
adiamento foi feito para garantir o amplo direito de defesa.
"O
Ministério Público queria juntar documentos novos na véspera da audiência.
Encaro isso como uma má fé. Eu também tenho vários documentos e não tinha
juntado eles em respeito ao processo", explicou.
O promotor
de Justiça Douglas Chegury informou que pediu a inclusão de documentos que
chegaram após a denúncia, como a quebra de sigilo bancário e respostas de
depoimentos feitos por cartas precatórias.
"O
Código de Processo Penal garante que é permitido juntar documentos em qualquer
parte do processo. Mas, para evitar criar tumulto, aceitamos esse pedido da
defesa para adiar a sessão", disse.
O promotor,
embora considere a audiência positiva por ter se dado o primeiro passo no
julgamento, acredita que esse pedido foi uma estratégia para ganhar tempo.
"A
defesa quer que esse processo caia no esquecimento. Eles até pediram que o
processo fosse colocado em sigilo, mas o juiz negou", completou.
Bispo não fala
O bispo
chegou ao local acompanhado do juiz eclesiástico Tiago Wenceslau, também
investigado, por volta das 8h40. Nenhum dos dois falou com a imprensa. Dom José
Ronaldo foi dispensado da oitiva 35 minutos depois e, na saída, novamente, não
quis comentar o caso.
"Vou
falar só ao final do processo", disse.
Foram
arroladas 32 testemunhas, sendo quatro de acusação e o restante de defesa. Seis
testemunhas já foram ouvidas por carta precatória em outras cidades – em Alto
Paraíso, Cavalcante, São Domingos, Brasília e São Paulo.
Ao todo, 11
pessoas foram denunciadas. Elas respondem por crimes como apropriação indébita,
falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Fonte: G1
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