De Alto Paraíso de Goiás: Mulher com doença rara faz bazar para bancar tratamento que custa R$ 4 mil por mês
A pensionista
Francisca das Chagas Sales completou 28 anos na sexta-feira (3) com muita
vontade de viver. A goiana de Alto Paraíso de Goiás, no norte do estado, foi
diagnosticada há um ano com neuromielite óptica, uma doença rara que atinge os
músculos e o sistema nervoso central, que a deixou cega de um olho e retirou
dela o movimento das pernas.
A doença
gera custo de cerca de R$ 4 mil por mês, mas ela vive de um salário mínimo,
além de ajuda do pai e amigos. Neste sábado (4), ela realiza um bazar para
ajudar a manter o tratamento.
O evento
ocorre entre 9h e 18h na Igreja Metodista de Goiânia. Estarão à venda roupas
novas e seminovas para crianças e adultos. Toda a renda arrecadada será usada
para custear os medicamentos do tratamento.
Em janeiro
deste ano ela teve a última crise da doença, quando perdeu totalmente a visão
de um olho e precisou se adaptar a uma cadeira de rodas.
"Estive
à beira da morte e voltei. Hoje comemoro mais um ano e luto por mim e pela
divulgação da doença, que é pouco conhecida, de diagnóstico difícil e muito
rara", disse.
A jovem
trabalhava como vendedora, em Alto Paraíso, quando começou a ter sucessivas
infecções nos rins. Ela relata que passou por mais de dez médicos em Goiás e em
São Paulo até conseguir o diagnóstico correto. "Primeiro pensaram que era
esclerose múltipla, mas os sintomas de paralisia estavam avançando muito rápido
e só depois descobriram a neuromielite", recordou.
Há cerca de
um ano ela se mudou para Goiânia para poder receber o medicamento que precisa,
fazer fisioterapia e acompanhamento psicológico sem ter que fazer inúmeras
viagens. O médico que a acompanha, no entanto, atende em São Paulo e, a cada
três meses, ela precisa ir até lá para fazer reavaliação, exames e reajustar a
dose.
Segundo
Francisca, a medicação custa R$ 20 mil por aplicação, feita uma vez ao mês. No
entanto, ela conseguiu uma liminar na Justiça e recebe a dose de forma
gratuita. Ainda assim, os outros medicamentos diários, fisioterapia e viagens a
São Paulo ela precisa custear do próprio bolso.
"Eu fui
aposentada com um salário mínimo. Meu pai trabalha em uma fazenda em Alto
Paraíso e me manda quase R$ 600 por mês. A minha mãe vive por minha conta.
Então eu conto muito com a ajuda de amigos e familiares para conseguir manter o
tratamento", contou.
Fonte: G1
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