Depois de
dois episódios de desmatamento ilegal desde o início de junho, inclusive do
prefeito de Cavalcante, o governo de Goiás tem planos para criar um parque
estadual na região da Chapada dos Veadeiros. Já em fase de elaboração, a
unidade de conservação deve ser criada na cidade de Alto Paraíso, na região
turística da catarata do Rio dos Couros, em uma área de 5 mil hectares.
A ideia é
que o parque seja gerido em conjunto pelo governo de Goiás e pela prefeitura de
Alto Paraíso – o processo já está andamento e envolve área vinculada ao
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
A titular da
Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad),
Andréa Vulcanis, já enviou um ofício, assinado em conjunto com o prefeito
Martino Mendes (PR), para pedir que a superintendência regional do Incra dê
início ao procedimento no que tange à área sob instância do órgão federal – o
assentamento Esusa.
Um grupo de
trabalho também deve ser criado nos próximos dias para discutir estudos e
documentações da área – o processo envolve georreferenciamento da área,
formação de conselho gestor e criação de um plano de manejo.
Se sair do
papel, o parque, cuja criação se discute há anos, integrará outras áreas de
proteção ambiental (APAs), como a de Pouso Alto, e reservas de patrimônio
natural. A região goiana já tem o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros,
tombado como patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (Unesco).
Áreas
ameaçadas
Nesta
semana, o governo de Goiás deflagrou na região a Operação Presença, que
identificou desmatamento ilegal e mineração sem licenciamento e multou em R$
169 mil o prefeito de Cavalcante, Josemar Saraiva Freire (PSDB), que também
teve duas máquinas apreendidas por desmatar o Cerrado nativo da região. Ele
alegou ter documentos para fazer a “limpeza do pasto”, mas foi contestado pela
Semad.
No início do
mês, habitantes do território quilombola Kalunga e guias turísticos da Chapada
dos Veadeiros denunciaram o desmatamento de mais de mil hectares de cerrado, na
cidade de Cavalcante. As regiões devastadas estão não só no território Kalunga,
como também em uma parte da APA de Pouso Alto.
Fonte: Metrópoles
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